Essa produção protagonizada pelo famoso Fábio Porchat chamada “Entre Abelhas” (2015) tem um toque de genialidade incomum para o cinema nacional. Para começar pela escalação de Porchat, talentoso comediante que é para uma enorme gama de espectadores uma figura difícil de ser associada a um drama sério. Filme que após anos ficou sendo idealizado em parceria com diretor Ian SBF, finalmente o roteiro ganha a viabilização de ser realizado. Porchat, famoso por compor o elenco do programa humorístico Porta dos Fundos, sua presença pode surpreender o espectador de modo agradável (esse filme é sua incursão num papel dramático). O ator já estrelou outros filmes para o cinema, mas todos os projetos eram ligados firmemente à comédia. Aqui se trata de um drama, embora esboce contornos de tragicomédia em sua essência. E depois, outro aspecto interessante é a sua curiosa premissa enigmática de realismo fantástico que são os alicerces e fazem da proposta dessa produção um projeto louvável para os filmes sensação que tem tomado às atenções do público que busca conferir filmes nacionais. Embora o conjunto não tenha a força desejada e se destaque como imaginado, esse longa-metragem possui um punhado de boas intenções que conferem algum diferencial ao resultado. Em sua trama acompanhamos Bruno (Fábio Porchat) que após se separar da esposa (Giovanna Lancelotti) começa inexplicavelmente a deixar de ver as pessoas. Aturdido com a situação, Bruno somente passa a contar com a ajuda de sua mãe (Irene Ravache) e de seu amigo (Marcos Veras) para descobrir o que está acontecendo.
“Entre Abelhas” está longe de ser uma obra-prima do cinema nacional, mas confere uma boa dose de surpresas ao espectador. Com atuações funcionais por parte de todo o elenco (com destaque para Irene Ravache), uma direção de fotografia bem cuidada e uma condução inesperadamente harmoniosa por parte de Ian SBF, esse longa-metragem possui boas qualidades. A principal delas, talvez seja ser de quem é. Há outros colaboradores do Porta dos Fundos em papéis de importância nessa produção como Letícia Lima e Luis Lobianco com desempenhos no mínimo interessantes. E embora o roteiro se mostre perfeitamente ajustado à proposta, ele também peca por não explorar as múltiplas possibilidades que o contexto possibilita através das indagações que gera. Por que Bruno está parando de enxergar as pessoas? O que ocasionou isso? E tentar explicar isso de forma acessível ao espectador trás como consequência que é a perda de um de seus maiores atrativos: o mistério. Sobretudo, sua lógica tem fundamento e se conecta bem com o enredo e os aspectos emocionais que rondam o protagonista. É certo dizer que “Entre Abelhas” não tenta se promover com o nome do protagonista, ou promove-lo também. Trata-se de um filme alheio as tendências comerciais que tem vigorado em produções nacionais contemporâneas e que demonstra interesse, ainda que mais em pretensão do que em qualidade, de ser algo mais do que um produto meramente de entretenimento fácil e descartável.
Nota: 7/10
quero muito ver. não consegui ver nos cinemas o vendedor de passados. saiu de cartaz qd pude ir ao cinema. beijos, pedrita
ResponderExcluirÉ um filme bem curioso que sempre poderá ser conferido em vídeo. Assista. Você ainda pode se surpreender com ele.
Excluirbjus
Ainda não assisti, mas pelo menos parece que tentaram fazer algo diferente das comédias bobas.
ResponderExcluirAbraço
Tem um toque de comédia em sua essência, mas que não busca se fortalecer no filme. Gosto de pensar que se trata mais de um alívio cômico para o desenvolvimento. Esse filme é bem melhor do que muita comédia que foi lançada recentemente em cinema de shopping. Vale uma conferida!
Excluirabraço