quarta-feira, 10 de junho de 2015

Crítica: A Espiã Que Sabia de Menos | Um Filme de Paul Feig (2015)


Susan Cooper (Melissa McCarthy) é uma agente da CIA que trabalha nos bastidores da ação. Ela é os olhos e ouvidos de um experiente agente de campo, Bradley Fine (Jude Law), por quem Susan também é apaixonada. Diante de uma série de problemas pelos quais a CIA está passando, que vai da perda de um precioso agente ao desconhecido paradeiro de uma bomba nuclear, Susan tem sua função na agência alterada para agente de campo onde sua missão é impedir que uma perigosa vilã (Rose Byrne) venda a bomba para terroristas, ao mesmo tempo em que precisa impedir que um agente renegado, Rick Ford (Jason Statham) estrague toda a operação que visa impedir um desastre mundial. “A Espiã Que Sabia de Menos” (Spy, 2015) é uma produção de ação e comédia que parodia os icônicos filmes de espionagem do cinema. Dirigida por Paul Feig (responsável por “Menores Desacompanhados) o diretor é figura marcada pelos corredores de Hollywood onde já trabalhou como ator, produtor e roteirista e tem seu nome ligado a várias séries televisivas de sucesso. Esse é o terceiro filme com que ele trabalha com Melissa McCarthy (os outros foram “Missão Madrinha de Casamento” em 2011, e o “As Bem Armadas”, em 2013), e que pelo resultado dessa produção, demonstra ser uma parceria de sucesso. 


A Espiã Que Sabia de Menos” deixa qualquer sutileza de lado e não faz cerimônias ao tirar sarro da franquia 007 e caminha no mesmo rumo que o “Agente 86”. O resultado é no mínimo curioso: afundada em clichês, personagens estereotipados e uma trama nada original, o desenvolvimento abusado dessa produção surpreende pela forma fluida do conjunto. Ao canalizar toda uma gama de aspectos de filmes de espionagem do passado (carros potentes, gadgets extravagantes, luxo e ostentação em uma trama pra lá de batida) com um toque pessoal dos envolvidos, “A Espiã Que Sabia de Menos” consegue gerar inúmeras passagens de humor bem equilibradas com uma ação planejada de primeira linha. E muito da qualidade dessa produção se deve ao arrojo dos envolvidos. Com diálogos onde palavras como fudeu, bichona e merda são disparadas pela dupla de astros Melissa McCarthy e Jason Statham na mesma proporção que as balas dos capangas dos vilões, a certeza que os melhores momentos dessa comédia ficam a cargo deles. Na verdade, não há um sequer momento em que os dois não dividam a tela e não desencadeie uma boa risada no espectador. Embora todo elenco cumpra com o seu papel dentro da proposta despretensiosa do filme, esses dois se destacam diante dos demais com uma distância considerável. Se o roteiro chacoteia com a incursão estranha de McCarthy em filmes de ação, ele também brinca de modo inteligente com a fama que Statham obteve após estrelar dezenas de filmes de ação em sua carreira.

Com uma produção de cerca de 65 milhões de dólares, Paul Feig demonstra ter feito um bom gasto desse dinheiro ao saber injetar uma boa dose de ação competente em sequências bem feitas sem perder a mão da comédia necessária (quando a ação cessa a comédia toma a tela até o último minuto). Com um humor que oscila entre o cômico e o escatológico, “A Espiã Que Sabia de Menos” é uma excelente comédia que dificilmente não irá agradar ao espectador ciente de sua proposta. Embora não apresente quase nada de novo, muito menos de original, tem a seu favor o melhor de seus envolvidos que demonstram saber o que estão fazendo. É em resumo, divertido como deve ser.

Nota:  8,5/10

2 comentários:

  1. Pelo seu texto parece ser uma boa surpresa.

    Vi uma chamada na TV e fiquei com a impressão de ser um caça-níquel.

    Vou colocar na lista para conferir.

    Abraço

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    1. Eu não chamaria essa comédia de um caça-níquel, já que o resultado está bem acima da média. Gostei, me diverti e não ficaria surpreso e menos ainda decepcionado se no futuro fizessem uma sequência. Tem potencial...

      abraço

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