domingo, 17 de março de 2019

Crítica: O Regresso | Um Filme de Alejandro González Iñárritu (2015)


Em 1823, durante uma expedição por um território inexplorado do Missouri, um grupo de homens passam os dias caçando e retirando peles de animais para serem comercializadas na cidade. Durante o processo, o grupo é violentamente atacado de surpresa por uma tribo indígena que espreitava os caçadores. Muitos homens são mortos pelo ataque e os poucos sobreviventes fogem em um barco que supostamente passa a ser perseguido e alvo fácil da tribo. Diante do eminente perigo, trava-se uma disputa de liderança entre Hugo Glass (Leonardo DiCaprio) e John Fitzgerald (Tom Hardy), que desencadeia uma sede de vingança em Glass pelo fato de ter sido deixado para morrer dentro de um território selvagem, a mercê da própria sorte durante um implacável inverno. “O Regresso” (The Revenant, 2015) é uma produção estadunidense de western e drama escrita por Mark L. Smith e Alejandro González Iñárritu. Dirigida pelo mexicano Alejandro González Iñárritu, o filme é inspirado no romance homônimo escrito por Michael Punke, que tem como base os eventos reais em volta de Hugh Glass. O filme é estrelado por Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson e Will Poulter. Entre vários prêmios que recebeu no Globo de Ouro de 2016, o filme também recebeu 12 indicações ao Oscar e venceu nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Fotografia na Cerimônia do Oscar 2016.

Distante de ser um típico filme de velho-oeste americano, “O Regresso” é inegavelmente mais contundente do que a maioria dos filmes do gênero dos últimos anos. A atmosfera de barbárie e austeridade que assombrava o período da colonização é o material que dá a substância ao enredo de “O Regresso”. É aquele período em que os americanos invadiam arbitrariamente o território indígena, alheios aos perigos dessa ação e da inóspita natureza que Iñárritu trás a tela sem encantos visuais, duelos lúdicos entre pistoleiros ou horizontes delineados por um chamejante pôr-do-sol ao fundo. Os contornos dessa produção são mais cruéis, gelados e dramáticos. O foco da trama que é voltado na luta pela sobrevivência, acompanha os desafios de Hugo Glass em se manter vivo depois de uma tentativa de assassinato que resultou em inúmeras outras infelicidades. Leonardo DiCaprio que ganhou o Oscar de Melhor Ator por seu desempenho (tardiamente considerando a sua intensa filmografia), carrega o filme de um modo brilhante. Além disso, Tom Hardy, o responsável pela vertente infernal que o personagem de DiCaprio é submetido demonstra que a cada novo trabalho o ator tende a ser uma garantia de satisfação.  

Embora o filme tenha ficado muito famoso fora dos círculos cinéfilos apenas pela angustiante cena do ataque que Leonardo DiCaprio sofre de um urso feroz (uma sequência surpreendentemente criada toda em CGI), é necessário que seja dito que “O Regresso” está recheado de outras passagens inquietantes. Mesmo sendo um filme de narrativa mais pesada, retratada de modo cru e de ritmo mais lento do que era possível esperar de um western, onde é dado um precioso e recompensador valor ao desempenho do protagonista, o enredo consegue prender a atenção do espectador sem dificuldades.

Nota:  8/10

2 comentários:

  1. Eu amei esse filme e claro a atuação do Leo foi digna mesmo do Oscar. Cenário incrível.

    Beijos Pâm Sensato
    Pâmela Sensato

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    1. Verdade Pamela. Na minha opinião um Oscar mais do que merecedor.

      bjus Obrigado pela visita!

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