quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Crítica: Jogos do Poder | Um Filme de Mike Nichols (2007)


É o inicio dos anos 80 e a União Soviética invade o Afeganistão. Atitude essa que chama a atenção de figuras influentes dos Estados Unidos da América, como de Charlie Wilson (Tom Hanks), um congressista mulherengo e de caráter duvidoso que ostenta 6 reeleições em sua trajetória política. Apoiado por Joanne Herring (Julia Roberts), uma das mulheres mais ricas do Estado do Texas, e pelo agente da CIA Gust Avrakotos (Phillip Seymour Hoffman), Wilson consegue sucesso numa tarefa bem difícil: fazer saltar o orçamento de ajuda aos rebeldes afegãos de 5 milhões amuais, para 1 bilhão de dólares. Com uma verba superior, Wilson passa a negociar uma aliança entre paquistaneses, egípcios, israelenses e o governo norte-americano para impedir a todo custo o avanço das tropas soviéticas sobre o território afegão. “Jogos de Poder” (Charlie Wilson´s War, 2007) é uma comédia dramática escrita por Aaron Sorkin baseado no livro de George Crile. Trata-se de uma produção relevante que trás alguns esclarecimentos interessantes em relação à atmosfera política permeada de tramoias e intenções ocultas que antecedem o 11 de setembro e a Guerra ao Terror.

Mesmo elogiado pela crítica especializada “Jogos de Poder” não fez o estardalhaço imaginado, tampouco obteve o sucesso de bilheteria pretendido. Apesar de bem realizado e com grandes nomes no elenco como Tom Hanks, Julia Roberts, Phillip Seymour Hoffman, Amy Adams entre outros atores de rostos bem conhecidos, o diretor Mike Nichols entrega um filme competente que aborda com habilidade parte da história que é uma peça fundamental nos eventos posteriores no cenário de conflitos que assolam o Oriente Médio hoje. Com atuações bem elaboradas e uma reconstituição de época fiel, Mike impõe um ritmo ágil e agradável a sua obra. Com diálogos inteligentes, cínicos e com um toque de humor acentuado, a trama aproveita bem o talento dos atores envolvidos e de seus personagens complexos. Há naturalmente a desagradável propaganda nacional que geralmente marcam filmes do gênero nascidos nos Estados Unidos, mas de modo sutil e complementar sem que atrapalhe a harmonia do conjunto. Com muitas indicações a prêmios em festivais (Phillip Seymour Hoffman concorreu aos Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2008) o filme não obteve nenhuma consagração expressiva. “Jogos de Poder” é um filme para gente grande. Funciona melhor como entretenimento para um público mais maduro que julga desnecessário uma ação visual para contextualizar o clima de guerra que habita no enredo. Sobretudo, familiariza ricamente o espectador com os jogos de interesses ocultos dos bastidores de uma guerra que não se sabe mais quando vai acabar. Um ótimo filme pouco conhecido que merece ser descoberto.

Nota:  8/10

2 comentários:

  1. É um filme com excelentes atuações, porém, muito arrastado.

    Ps.: Por favor, teria como tirar a confirmação de envio, pois na maioria das vezes, as letras aparecem confusas e temos que redigitar por diversas vezes.

    Abraço

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    1. Concordo com esse aspecto: o filme tem um ritmo lento sim. Mas nada que me causou cansaço, e disso porque sou fascinado por esse tipo de enredo que aborda acontecimentos históricos que geralmente não estão nos livros de história.
      Quanto ao Ps, vou atender a seu pedido para fazer um teste...

      abraço

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