“Rota de Fuga” (Escape Plan, 2013) pode ser visto de duas maneiras: pelo filme que é na verdade, ou pelo filme que poderia ser. Pelo que é, a parceria Stallone/Schwarzenegger não ganhou uma produção tão memorável quanto a dupla merecia. Se na franquia “Os Mercenários” onde os dois dividiam a tela em proporções desiguais com outros astros dos anos oitenta, isso já rendeu um caldo saboroso para sopa desenvolvida por Sylvester Stallone, aqui a ação gravita de modo desequilibrado se valendo somente pela presença dos astros. “Rota de Fuga” poderia ser bem melhor se não fosse tratado apenas como mais um filme de ação desgovernado como os que Sylvester Stallone costuma protagonizar (leia-se Alvo Duplo por exemplo). Em sua trama acompanhamos Ray Breslin (Sylvester Stallone) um especialista em escapar de prisões de segurança máxima. Suas dicas de melhoramentos para tornar as prisões à prova de fuga são consideradas a tabua dos dez mandamentos para tornar a segurança das prisões infalível. Após uma proposta lucrativa partida da iniciativa privada de testar uma nova prisão, Ray é encarcerado em uma prisão idealizada em seus próprios ensinamentos. Porém o que parecia apenas mais um trabalho comum de sua profissão se mostra uma armadilha para encerrar sua carreira. Jogado na cadeia sem perspectiva de soltura independente dele conseguir ou não sair da prisão por mérito próprio, ele traça uma parceria com um detento, Emil Rottmaier (Arnold Schwarzenegger), para juntos fugirem do que deveria ser a prisão perfeita.
Iniciado de modo projetado a ser perfeccionista, a trama apresenta Ray de maneira metódica ao mostrar toda sua habilidade que lhe conferiu sua fama. Metodologia necessária para um profissional de sua competência, porém de motivações artificiais e pouco convincentes. A amizade desenvolvida no interior da prisão com Rottmaier leva as telas os conhecidos atritos que os astros gostam de evidenciar como modo de fazer humor que muito se assemelha com que foi visto em “Os Mercenários”. Uma ideia batida entre muitas mais. Como filme de presídio, Mikael Hafström falha em criar algo novo desprovido de soluções fáceis ou mesmo fazer uma execução competente do que é visto como regra num bom filme do gênero. Há os personagens clichês como o maléfico diretor (Jim Caviezel), seu braço de ferro (Vinne Jones) e o elo de salvação dos protagonistas (Sam Neil) compondo uma pobre criação de personagens. Apesar de a narrativa iniciar de modo mais elaborado em sua premissa, até interessante por sinal, não demora muito para que o filme apenas se torne uma sucessiva sequência de correrias e revelações de pouco efeito que não geram tensão que se faça valer de verdade. O ambiente de confinação não auxilia na elaboração de uma ação visual mais ampla que exploraria melhor o potencial do timing. E é nessa correção que “Rota de Fuga” poderia se fazer mais expressivo. A improbabilidade da ação (principalmente em seu desfecho) torna desagradável a ideia de como seus responsáveis julgam que ainda funcionem tão antigas ideias. É difícil dizer se “Rota de Fuga” poderia ser algo mais do que realmente se tornou, mas é certo que ele seja capaz de desencadear do espectador um desejo de ver novamente a parceria dos astros em funcionamento.
Nota: 5,5/10
Ainda não vi para comentar, mas sobre o diretor Hafstrom, ele fez dois ótimos filmes na Dinamarca, chamados "Raízes do Mal" e "A Maldição do Lago", porém ainda não conseguiu repetir a qualidade nos trabalhos em Hollywood.
ResponderExcluirAbraço
Os nomes desses filmes não me parecem familiar. Provavelmente não os conheço, mas esperava mais de a “Rota de Fuga”. Talvez por isso me desagradei tanto. Como no filme "O Ultimo Desafio" protagonizado pelo Arnold Schwarzenegger, não gostei de quase nada. Mas vi um excelente filme do cineasta sul coreano responsável. Pena que nem todos os diretores estrangeiros do mundo se dão bem com o formato americanizado de fazer cinema.
Excluirabraço
Desculpe o comentário por não ter relação com o filme, mas eu procurei por Operação Invasão nas criticas e não achei nada.
ResponderExcluirSem problemas. Fico grato por sua presença e sempre estou a disposição para ajudar a qualquer cinéfilo que possua alguma dúvida. Respondendo sua pergunta: não conheço o filme necessariamente...só sei que parece uma versão mais realista de "Dredd". Sendo assim explica porque você não encontrou nenhuma resenha sobre ele. Mas parece interessante a primeira vista, só não imagino no que resultou. Se no futuro você precisar consultar alguma resenha como forma de buscar informação, as minhas estão dispostas em ordem alfabética em http://marcelokeiser.blogspot.com.br/p/take.html.
ExcluirAté mais....
Assisti esse filme no fim de semana passada. Gostei muito. Até mais do que eu imaginei. Fica visível no filme como a idade chegou para esses atores... mas é um filme bacana de assistir.
ResponderExcluirBem... eu ao contrário esperava muito mais, e por isso explica minha decepção. Fazer o que?
Excluirabraço
Olá,
ResponderExcluirSou do blog "DVD, sofá e pipoca", onde estamos promovendo nosso 4° Bolão do Oscar. Uma blogagem coletiva para incentivar a discussão cinéfila. Como você também é fã de filmes achamos que gostaria de participar da brincadeira, e resolvemos convidá-lo.
Passe no post do bolão para conhecer as normas (http://goo.gl/pZrkOf).
Te esperamos lá, e boa sorte!
Claro que passo lá para dar meus palpites, apesar que esse ano não tenho acompanhado com atenção os candidatos. Infelizmente assisti a poucos filmes indicados. Tão poucos que até me envergonho de especificar números... Assim que eu tiver um tempinho, passo lá!
Excluirabraço