terça-feira, 12 de julho de 2016

Crítica: Sem Retorno | Um Filme de Tarsem Singh (2015)


O magnata e bilionário Damian Hale (Ben Kingsley) alcançou todos os possíveis níveis do sucesso profissional e financeiro. Mas o diagnóstico inesperado de câncer terminal o golpeou de uma forma que lhe fez repensar sua história, de sua vida e de sua relação com sua filha, Claire Hale (Michelle Dockery), com quem não teve muito contato devido a sua vida acarretada de compromissos. Mas quando o Professor Allbright (Matthew Goode) lhe informa sobre um procedimento médico revolucionário, onde a consciência de alguém é transferida para um corpo saudável criado artificialmente, Damian vê uma oportunidade de um prolongamento indeterminado de vida. Submetido ao procedimento, Damian retorna com uma nova identidade: Edward Kidner (Ryan Reynolds). Com uma nova vida e algumas prescrições médicas, Damian com sua nova identidade reinicia uma nova vida em Nova Orleans. Mas ao contrário do que ele imaginava, esse utópico procedimento que o levou a imortalidade esconde alguns segredos sujos e muita dor de inocentes. “Sem Retorno” (Self/Less, 2015) é uma produção de ficção científica e ação escrita por David e Alex Pastor e dirigida pelo diretor indiano Tarsem Singh (responsável pela tragédia grega “Imortais”, de 2011). Com uma boa introdução para tornar a trama plausível, um grande número de cenas de ação e algumas emoções válidas, essa produção acaba se distanciando de sua premissa de sci-fi e se tornando um bom thriller de ação.


Sem Retorno” apresenta um bom conceito como ponto de partida (a transferência de consciência de um corpo para outro). Além do mais, algo em seu enredo ressoa ligeiramente e sem compromisso sobre o thriller de ação “A Outra Face”, de John Woo, um sucesso dos anos 90. Com base nisso, sua história se desenvolve de forma burocrática e funcional, e depois passa a dosar de maneira equilibrada as revelações que proporcionam o material necessário para prolonga-la. Tarsem Singh age bem com a câmera e proporciona ao espectador inúmeras cenas bem filmadas (a direção de fotografia é de uma clareza e cores bem cuidadas), tanto no quesito principal da premissa de ficção científica que há no enredo quanto nas cenas de ação mirabolante que são permeadas ao longo dessa produção. Ryan Reynolds segura bem a responsabilidade de demonstrar um desempenho físico a altura das cenas ágeis que o filme lança na película (tiroteios, explosões e perseguições de carro), como a carga dramática que o personagem precisa ter diante de dilemas morais profundos (o valor de uma vida diante de outra). Embora a interpretação de Reynolds não lembre em nada a presença de Ben Kingsley no filme, o roteiro tem algumas boas sacadas, uma ou outra reviravolta bem sucedida. O que gera uma ótima oportunidade para boas atuações dos demais nomes do elenco. Nada na essência de “Sem Retorno” é memorável (tanto no quesito da sci-fi quanto no que se refere a ação que é apenas bem realizada), mas também é bem divertido e legal de ser acompanhado como um programa escapista como obviamente foi idealizado.

Nota:  7/10

2 comentários:

  1. Acredito que seja uma cópia mal feita de Seconds, filmaço do diretor John Franhenkeimer de 1966

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    1. Não cheguei a ver esse filme, porem pelo o que andei pesquisando parece ser uma revitalização arrojada do trabalho de Frankenheimer. Verdade!

      abraço

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