domingo, 10 de julho de 2016

Crítica: Caçadores de Emoção – Além do Limite | Um Filme de Ericson Core (2015)


Johnny Utah (Luke Bracey) nem sempre foi um agente do FBI. Após uma tragédia envolvendo um amigo numa trilha de MotoCross, ele abandonou a vida radical que levava e ingressou na disputada academia da agência federal para se tornar um agente do FBI. Praticamente formado e sob os cuidados de seu diretor, Utah recebe o seu primeiro teste de fogo: localizar e se infiltrar em uma gangue de audaciosos criminosos que supostamente são praticantes de esportes radicais. Está gangue liderada pelo filosófico Bodhi (Édgar Ramirez) está cometendo uma série de roubos improváveis sob as circunstâncias inesperadas que somente um especialista em esportes radicais como Utah pode detê-los. “Caçadores de Emoção – Além do Limite” (Point Break, 2015) é uma refilmagem de uma produção de ação policial de 1991, que tinha o surf, o paraquedismo e assaltos a banco como elementos marcantes em seu enredo e que foi dirigida por Kathryn Bigelow e estrelada por Keanu Reeves e Patrick Swayze. Embora grande parte desse remake remeta de alguma forma a lembrança do filme dos anos 90, pouco se aproveita dele. Repleto de belas imagens extraídas dos mais remotos cantos do planeta, permeado de acrobacias esportivas num roteiro equivocadamente desfigurado, essa modernizada que foi dada ao clássico de ação de Kathryn Bilegow por Ericson Core (responsável pelo competente “Invencível”, de 2006) não empolga como pretendido. Infelizmente para os fãs do filme original, há poucas razões para se conferir essa recondicionada do clássico.


Observar “Caçadores de Emoção – Além do Limite” como um longa-metragem completamente desconectado da obra original talvez seja mais interessante, já que uma comparação com o filme de 1991 se mostra conclusivamente uma desilusão. Considerando que o roteiro pobre e deficiente debilita sua capacidade de empolgar o espectador, mesmo com todas as melhorias visuais que o tempo possibilitou para a sua realização, as cenas de alpinismo, snowboarding e paraquedismo não são aquilo tudo a ponto de melhorar o nivelamento de qualidade de maneira significativa. Apostar que o visual arrojado sobressairia o cuidado com a trama foi um equívoco imperdoável aos envolvidos em sua realização. Ainda que a certo ponto o resgate do filme original seja bem intencionado, mas obviamente apenas em teoria, sua entrega carece de aprofundamento onde apenas medianas cenas de ação não conseguem elevar o seu nível de forma satisfatória. Os personagens estão lá, praticamente todos, mas distribuídos em uma história pouco estruturada. A ação é nervosa, inúmeras vezes caótica e desprovida de qualquer traço de brilhantismo visual. As atuações são desiquilibradas, artificiais e prejudicadas pela trama rasa. Embora a trilha sonora de Junkie XL seja antenada com a proposta, repleta de boas músicas e a direção de fotografia de Ericson Core seja melhor do que a condução geral do filme, não espere muito do conjunto. Por isso, “Caçadores de Emoção – Além do Limite” não é a máxima do gênero como poderia ter sido. Eu particularmente não sou avesso a remakes e reboots e menos ainda um purista quanto a originalidade, ao contrário de uma boa parcela de cinéfilos, mas é inegável que essa reinicialização não passa de um desagradável insulto ao clássico dos anos 90.

Nota:  4/10

2 comentários:

  1. Edgar Ramírez É um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Particularmente Hands of Stone, adorei este filme. A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção.

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