quinta-feira, 26 de maio de 2016

Crítica: Darkman: Vingança Sem Rosto | Um Filme de Sam Raimi (1990)


Peyton Westlake (Liam Neeson) é um empenhado cientista que tem todo o seu trabalho focado na pesquisa e criação de peles sintéticas para auxiliar pessoas no tratamento de deformidades estéticas. Mas durante a fase final do desenvolvimento da pele, ele é atacado e brutalmente espancado dentro de seu laboratório e deixado para morrer em uma explosão. Embora tenha sobrevivido a explosão, seu rosto e seu corpo ficaram completamente desfigurados por graves queimaduras. Submetido a uma cirurgia que inibe qualquer sensibilidade física, seu corpo perde a capacidade de sentir dor, como também passa a produzir doses extremas de adrenalina que lhe conferem grande força e uma resistência física superior a uma pessoa normal. Porém há outro efeito colateral preocupante: ele passa a ter ataques de nervos que o tornam extremamente agitado que o levam ao total descontrole emocional, algo com ele tem que aprender a lidar. Mas quando ele consegue dominar os prós e contras de sua nova pessoa, Peyton começa a arquitetar um plano de vingança aos seus malfeitores usando suas pesquisas de pele para criar disfarces acima de qualquer suspeita. “Darkman: Vingança Sem Rosto” (Darkman, 1990) é um produção estadunidense de ficção científica e ação dirigida por Sam Raimi (o mesmo responsável pela trilogia oitentista “Uma Noite Alucinante” e pelos filmes da primeira franquia “Homem-Aranha” iniciada entre 2002 a 2007). Após ter sido negado a Sam Raimi o direito de adaptar e dirigir o personagem The Shadow (um pioneiro super-herói dos quadrinhos a qual a trama se passa na década de 30) para as telonas, Raimi decide criar seu próprio super-herói aos moldes de suas aptidões narrativas. Não é que deu certo.

Darkman: Vingança Sem Rosto” foi o primeiro longa-metragem de estética e narrativa semelhante a um filme de super-herói lançado pelo cineasta. Embora não tenha sua origem firmada nas páginas dos quadrinhos como é de costume, e igual a outro famoso personagem aracnídeo (leia-se Homem-Aranha por aracnídeo) que adaptou para as telonas bem mais tarde, Darkman segue veemente um conjunto regras desse subgênero com algumas liberdades poéticas (a máscara é uma necessidade vital). Sobretudo, o personagem tem em sua essência um coração puro, que se sujeita a uma vida de abnegações (a impossibilidade da continuidade de seu amor por sua esposa) e que possui uma trajetória de sacrifícios para perpetrar a justiça sobre o mal. Obviamente com um toque autoral de seu realizador, que não suaviza os acontecimentos do enredo e radicaliza ao mostrar sua jornada de vingança e justiça. Interpretado com o brilhantismo que somente Liam Neeson seria capaz conferir a um personagem inverossímil e fantástico como Darkman, o filme se mostra uma experiência genial de seu tempo. Mesmo com uma trama improvável num mundo real, uma aparência de pouco apelo visual se comparado aos atuais filmes de super-herói e muita competência na frente e atrás das câmeras, “Darkman: Vingança Sem Rosto” é um filme imprescindível para ser redescoberto. Sem os encantos de uma grande produção hollywoodiana, ainda assim esse filme consegue na maior parte dos casos, causar com sua simplicidade uma grande empatia do público. Embora tenha posteriormente gerado duas sequências: “Darkman II: O Regresso de Durant”, lançado em 1995; e “Darkman 3: Enfrentando a Morte”, de 1996; ambos de pouca pertinência. Obviamente o primeiro é imbatível.

Nota:  8/10
         

6 comentários:

  1. vi faz tempo e gostei. não lembro se vi alguma sequência. beijos, pedrita

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    1. As sequências não agregam nada ao original. Uma pena!

      abraço

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  2. É um grande filme, produzido antes de Sam Raimi ser "domesticado" com a franquia "Homem-Aranha". Gosto da franquia, mas no início de carreira Raimi era maluco e ousado.

    Abraço

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    1. Realmente, embora eu tenha gostado dos dois primeiros filmes do Homem-Aranha.

      abraço

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  3. Adoro muito os filmes de Liam Neeson é grande ator. Eu adoro muito os livros por as histórias e sem dúvida 7 Minutos depois da meia noite é umo dos melhores filmes com Liam Neeson, já queria assistir e agora é um dos meus preferidos. Li o livro em que esta baseada faz alguns anos e foi uma das melhores leituras até hoje, e sem dúvida teve uma grande equipe de produção. É muito inspiradora, realmente a recomendo.

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