quarta-feira, 4 de maio de 2016

Crítica: American Ultra: Armados e Alucinados | Um Filme de Nima Nourizadeh (2015)


Mike Howell (Jesse Eisenberg) é um cidadão comum que trabalha em uma desinteressante loja de conveniência na localidade da West Virginia. Entre a criação de inspiradas ilustrações e o corriqueiro fumo de maconha, a coisa a qual ele mais dedica sua atenção é o seu grande amor, a jovem Phoebe (Kristen Stewart). Mas nem tudo na vida de Mike é o que parece. Mike Howell é uma vítima de um programa de treinamento criado pela CIA que lhe conferiu perigosas habilidades de matar e que lhe garantem a sobrevivência diante de uma inevitável situação de risco. Mas ele não se lembra de nada disso. Tudo desse período de sua vida durante o treinamento foi apagado de sua memória convenientemente para que ele pudesse levar uma vida tranquila após o término do programa. No entanto inimigos do passado voltam das sombras para eliminá-lo, e quando sua antiga supervisora, Victoria (Connie Britton) entra em cena e ativa novamente suas extraordinárias habilidades de matar, a ameaça que Yates (Topher Grace) oferece aos interesses da CIA encontrará na estranha figura de Mike Howell uma barreira insuperável, principalmente quando sua amada é lançada no meio do fogo cruzado. “American Ultra: Armados e Alucinados” (American Ultra, 2015) é uma produção estadunidense de ação e comédia escrita por Max Landis e dirigida pelo cineasta iraniano Nima Nourizadeh (responsável pela comédia estudantil “Projeto X: Uma Festa Fora de Controle”, de 2012). Numa mistura destemperada de ação extremada e humor negro, onde o sangue jorra, o tiroteio corre solto e o argumento programado por Landis carece de funcionalidade e principalmente de originalidade, quase nada funciona nesse mix de ideias como imaginado.

Mesmo com Jesse Eisenberg mostrando uma série de trabalhos comercialmente interessantes nos últimos anos, com Kristen Stewart detentora de uma legião de fãs pós Crepúsculo e Nima Nourizadeh, um cineasta de boas ideias, “American Ultra: Armados e Alucinados” não cumpre o que promete: divertir verdadeiramente. Infelizmente, em teoria parecia muito melhor do que realmente se mostra. Se por um lado à ação programada ganha pontos pelo requinte técnico aguçado (o que para o cinema estadunidense também não era um grande desafio se comparado uma infinidade de outras produções do gênero que mostram muito mais sem a metade da pirotecnia que aqui se encontra) a comédia por outro lado é a ruina dessa produção. O que há de errado com as comédias norte-americanas? É difícil dizer. A fórmula de sucesso idealizada aqui já foi de grande retorno no passado. Mas Nima Nourizadeh não acerta no tom de seu filme como ele necessitava, e as delirantes e muito bem cuidadas imagens que transcorrem a pleno vapor na tela não surgem como soluções expressivas para sua história de amor. Porque no final das contas há uma história de amor nas entrelinhas. Considerando que o texto em si não proporciona grandes passagens como deveria, e a história inverossímil se mostra difícil de comprar, o grande elenco principal combinado com outros nomes de algum reconhecimento não equilibram as contas dessa empreitada. As boas piadas se perdem em exibições de brutalidade extrema, em caóticos tiroteios e ações de bravura mal pontuadas pelo roteiro. Há uma constante quebra de ritmo no desenvolvimento da trama que mina ainda mais o resultado, e o elenco até bem escolhido, mas mal aproveitado pelo roteiro não salva “American Ultra: Armados e Alucinados” do lugar comum em que se encontra. Infelizmente.

Nota:  5/10


2 comentários:

  1. A imagem sobre este filme que tinha apenas pela premissa é semelhante ao seu texto.

    Por isso não tive vontade de assistir.

    Abraço

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    1. Um forte candidato a ser exibido em uma Tela Quente do futuro.

      abraço

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