Em um mundo onde a raça humana caminha na direção da extinção, em Londres no ano de 2027, Theodore Faron (Clive Owen) que se cansou de lutar contra o sistema que faz de tudo para piorar as expectativas de vida da população. Ignorando o inferno que a sociedade se tornou, pelo fato da humanidade perder a capacidade de se reproduzir. Faron recebe uma oferta estranha, a qual aceita de forma relutante, onde tem que escoltar duas refugiadas pelo país, sem saber que uma delas está grávida. Algo impossível até então, o que causa por fim uma esperança no mal da infertilidade que assola a humanidade. Porém a missão de Faron, a qual ele deposita todas as esperanças possíveis, não será fácil, já que há muitos interessados em impedir o sucesso de sua missão. "Filhos da Esperança" (Children of Men, 2006) é um longa-metragem dramático ambientado em um mundo pós-apocalíptico, caótico e violento, onde o diretor mexicano Alfonso Cuarón cria uma pequena obra-prima através desse drama em forma de ficção científica. Com uma narrativa e perspectiva interessante sobre o futuro, porém desoladora em sua essência, Cuarón surpreende. O nascimento de uma criança é algo tão fascinante naquela sociedade quanto foi a chegada do homem a Lua a décadas atrás, e a direção de Cuarón enfatiza bem a importância desse evento dentro do enredo.
"Filhos da Esperança" tem uma história no mínimo curiosa. Sobretudo, um elenco fabuloso com destaque para Clive Owen e também por Julianne Moore (ex-mulher de Faron e líder da resistência rebelde) como também o inspirado Michael Caine (um excêntrico amigo hippie de Faron); o diretor leva ao espectador um verdadeiro espetáculo narrativo muito bem conduzido. O filme tem como característica tomadas longas desprovidas de cortes rápidos, onde Cuarón desenvolve um clima tenso e sufocante através da película. Uma das sequências mais brilhantes desse filme reside, numa fuga desesperada que é acompanhada de dentro do carro através de uma logística superinteressante que é bem explicada nos extras do DVD, que revela os segredos dessa tomada que até parece que foi feita com efeitos visuais, mas não. Uma demostração de criatividade e capacidade de realização. Assim sendo, "Filhos da Esperança" mesmo que tenha sido injustiçado pela academia (teve três indicações a premiação do Oscar) não levando nenhum prêmio sequer, o cineasta Alfonso Cuarón tem em seu fundamento a característica de ser o mais consistente e brilhante entre seus conterrâneos aos quais obtiveram no mesmo ano melhor reconhecimento: “O Labirinto do Fauno” de Guillermo del Toro e “Babel” de Alejandro González. Trata-se de um filme tocante, bem realizado e interpretado com força e energia. Genial ao seu modo.
Nota: 8/10
É um filmaço, com uma trama diferente e muito bem construída, além de ótimas sequências de ação.
ResponderExcluirAbraço
Olá, Marcos. Antes de tudo: parabéns pelo blogger. A respeito do filme: Filhos da Esperança (Children of Men, 2006)de de Afonso Cuarón eu, ainda, não vi. Havia visto, talvez, um trailer dele. No entanto, confesso que fiquei com uma enorme vontade de vê-lo após a leitura do seu belo texto. Mais uma vez: meus parabéns. Até a próxima...
ExcluirEu gosto muito do filme Marcelo, ele me impressionou bastante na primeira vez que eu o vi, gosto desta temática pós-apocalíptica e no caso dele eu gostei ainda mais por causa da abordagem, ele trabalha o medo e a paranoia, mas de uma forma humana, cheia de referência à outras obras do gênero e até a questões religiosas...
ResponderExcluirhttp://sublimeirrealidade.blogspot.com/2012/09/in-treatment.html
Também gosto desta temática pós-apocalíptica. Um bom exemplo é "O Livro de Eli". Outro filme bem feito!
Excluirabraço
Hugo - Também adorei esse filme. Bem acima da média.
ResponderExcluirAbraço
Maxwell - Obrigado pela visita... e espero que goste do filme quando assisti-lo.
Abraço