O famoso cineasta Luc Besson, que há muito tempo não dirige um longa-metragem, assina o roteiro e apresenta essa nova aventura futurística, que é encabeçada pelo par romântico Guy Pearce (Prometheus) e Maggie Grace (Busca Implacável). Como sempre, Besson mescla uma série de boas ideias oriundas de sucessos de bilheteria e de filmes cult em um só filme. Porém dessa vez, em "Sequestro no Espaço" (Lockout, 2012), mira alto, e leva um tombo a altura de sua pretensão. A história onde um agente da CIA chamado Snow (Guy Pearce) se envolve numa trama de espionagem a qual foi traído, capturado e por fim condenado a passar trinta anos congelado em uma câmara criogênica espacial. Nessa mesma estação espacial a qual iria cumprir pena, ocorre uma rebelião dos detentos, onde além dos prováveis reféns ainda há a presença da filha do presidente (Maggie Grace) como refém dos mais perigosos criminosos do mundo. Assim, a única forma de Snow evitar a prisão é executando uma missão de resgate suicida para salvar a vida da filha do presidente. Snow aceita a missão, imaginando que a única chance de provar sua inocência, também está aprisionada nessa estação espacial.
Dessa vez Luc Besson, criador de roteiros mais espertos do que inteligentes, tentou unir astros de filmes consagrados em um roteiro que arremete a um sucesso dos anos 80, intitulado Fuga de Nova York, estrelado por Kurt Russel. Porém a atuação canastra de Pearce não se iguala ao brilhantismo de Russel – que depois de um tempo Guy Pearce inclusive chega a ser irritante – enquanto de Grace como a filha do presidente, estava melhor em – pela pouca presença de tela provavelmente – como a filha do espião aposentado no filme "Busca Implacável". O roteiro de Besson totalmente fora de órbita, não se encaixa em nada com a temática escolhida. Ignora vários elementos necessários para criar um filme de ficção científica convincente, impulsionado por uma trama de espionagem erguida totalmente na sala de edição, acaba por não conseguir transpor para tela uma Sci-Fi interessante, ao mesmo tempo em que não constrói uma trama de suspense policial que nos faça lembrar-se dela até o final.
A direção dividida de Stephen Saint Leger & James Mather funciona com a eficiência de um videogame. Inclusive tem uma cena de perseguição nas ruas que faz lembrar Need for Speed. Os tiroteios produzidos para esse longa poderiam ter sido melhores, como também o roteiro, por isso a direção da dupla – que também tem seu envolvimento com o roteiro – fez o que pode com o material impresso disponível, incapazes de fazer qualquer tipo de milagre com um festival de costuras e absurdos criados no papel. A fuga da prisão, no desfecho final, nem Ridley Scott (Blade Runner) conseguiria retirar uma sequência plausível de um roteiro que permitisse tamanha extravagância. Por fim, "Sequestro no Espaço" está longe de ser um dos melhores filmes que leve o nome de Luc Besson como chamariz. O elenco também já teve aparições bem mais interessantes em outros filmes, como a direção já fez coisa melhor com bem menos recursos. Se alguém ficar indeciso quanto a assistir a esse filme, fique com Fuga de Nova York, caso não tenha assistido. É muito mais pé no chão do que esse, mesmo recheado de absurdos e extravagâncias também.
Nota: 4,5/10
Nota: 4,5/10
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