Londres, 1870. Enquanto várias pessoas andam cometendo inesperados suicídios ocasionados por inexplicáveis alucinações, os dois jovens, o aplicado Sherlock Holmes (Nicholas Rowe), um esforçado estudante de habilidades dedutivas bastante apuradas e John Watson (Alan Cox), um aluno de medicina recém-admitido na escola e mais novo amigo de Holmes inicia uma duradora amizade. Mas ao mesmo tempo algo de estranho ronda essas mortes que intrigam Holmes e os leva a uma perigosa aventura que revela uma sombria conspiração que age secretamente para assassinar importantes membros da comunidade britânica. “O Enigma da Pirâmide” (Young Sherlock Holmes, 1985) é uma audaciosa aventura de cinema produzida pela Amblin Entertainment e Industrial Light & Magic (onde ambas as empresas são de propriedade de Steven Spielberg) e foi escrita por Chris Columbus e dirigida por Barry Levinson. Trata-se de um filme de roteiro totalmente original sobre o personagem Sherlock Holmes, sem conexão com a obra original de Arthur C. Doyle. Aproveitando a lacuna deixada por Doyle, o roteirista Chris Columbus (que posteriormente tornou-se um grande cineasta de Hollywood também), criou o encontro dessa icônica dupla de personagens que as obras originais de Doyle não abordavam. De aparência datada, desenvolvimento simplista e de uma rara capacidade de causar empatia no espectador, esse pequeno conto dos primeiros passos de Sherolck Holmes nas grandes aventuras se mostra uma experiência válida a exploradores de aventuras oitentistas ou a nostálgicos cinéfilos.
Mesmo com um percentual expressivo de problemas, “O Enigma da Pirâmide” tem a sua magia exibida de uma forma bastante particular. Mais interessante no seu propósito inicial, o de abordar o encontro inicial de uma intensa parceria, do que no seu desenvolvimento raso de trama e montagem, o filme funciona como uma obra interessante de entretenimento nostálgico. Ainda que essa produção não tenha o peso e a relevância de outras aventuras dos anos 80, como as protagonizadas por Indiana Jones, ou o valor de filmes como “Os Goonies”, os quais todos tinham o envolvimento de Steven Spielberg na produção, “O Enigma da Pirâmide” envelheceu bem. Brilhantemente protagonizado por Nicholas Rowe, seu Sherlock juvenil é a melhor coisa dessa produção. Sua atuação é de uma simpatia cativante e bastante convincente para o personagem, onde Barry Levinson consegue combinar muito bem várias nuances presentes nas obras originais (o chapéu, o cachimbo e o fato que ocasionou para que Sherlock Holmes nunca viesse a se casar) onde tudo está reunido e sutilmente distribuído nessa pretensa inicialização ao mundo das investigações extraordinárias. Embora a trama não seja um primor de costura, debilitada já em sua base, a atmosfera criada para o filme é bastante funcional e gera bons momentos de drama e humor. O filme foi ganhador do Oscar de Melhor Filme de Efeitos Visuais em 1986, ao apresentar os primeiros toques de cenas digitalizadas em um longa-metragem. Por fim, “O Enigma da Pirâmide” é uma aventura divertida, naturalmente descompromissada como qualquer filme de Sessão da Tarde. Mas isso não é defeito, apenas uma particularidade.
Nota: 7/10
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eu adorei esse filme, vi faz muito tempo. beijos, pedrita
ResponderExcluirEu também havia visto faz muito tempo atrás, mas surgiu a oportunidade de rever e assim sendo, não perdi a chance. A resenha foi consequência.
ExcluirBjus