De caubói sem rumo na vida a membro das Forças de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos, Chris Kyle (Bradley Cooper) é enviado para o Iraque para desempenhar sua função estratégica a qual foi treinado: atirador de elite. Sua tarefa é proteger, de longe e do alto seus colegas de trabalho durante as incursões em áreas de perigo no território inimigo. Talentoso e compenetrado no que faz sua precisão salva inúmeras vidas no campo de batalha. E isso automaticamente gera histórias sobre sua coragem que se espalham e enaltecem seus feitos e que inclusive ressoam sobre as tropas inimigas. Porém, essa reputação também lhe confere um inevitável alvo em sua cabeça em meio aos insurgentes. Mas se ele tem travado uma difícil batalha nos ingratos destroços de um país assolado pela guerra, seu maior conflito também reside no fato do desamparo de sua família em casa em contraste com as sequelas da guerra em sua alma. “Sniper Americano” (American Sniper, 2014) é um drama biográfico de guerra escrito por John Hall e dirigido por Clint Eastwood. Baseado na autobiografia American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in Military History, de Chris Kyle, sobre sua trajetória nas forças armadas, onde sendo atirador de elite detinha 255 mortes (160 confirmadas pelo Pentágono) que lhe conferiu o mérito de ser o mais letal atirador da história militar dos Estados Unidos. Sua transposição cinematográfica se mostra intensa, gratificantemente emocional e esteticamente bem realizada.
Embora negativamente associado a uma cogitada glorificação da guerra na forma de uma inocente propaganda militar, o espectador precisa compreender algo sobre “Sniper Americano” para se ter uma experiência realmente gratificante. O filme está mais para uma homenagem a um herói americano do que para uma proposta propositalmente tendenciosa. O cinema estadunidense está cheio de homenagens do gênero, que vão de desconhecidos técnicos de futebol até figuras de atitudes nobres restritas de seu universo cultural e econômico. Por isso, o trabalho do cineasta Clint Eastwood deve ser mais visto pelo que mostra realmente (uma obra que reproduz com precisão toda a alienação que a guerra pode causar em seus combatentes), do que pelo contexto de ideias ao qual pode ser associado. Acompanhar as idas e vindas de Bradley Cooper ao Oriente Médio e consequentemente sua dificuldade de se reintegrar a sociedade que com tanta devoção defendia é onde morra a verdadeira essência do trabalho, tanto de seu protagonista quanto de seu realizador. Tecnicamente impecável, a construção dos eventos que se passam no cenário de guerra são de um esmero e realismo tático impressionante. A combinação de atuações fortes, com recursos de som e uma montagem muito bem elaborada, fazem do desenvolvimento da história contada por Clint Eastwood uma experiência rica em emoções e suspense que são intercaladas com sequências de ação pirotécnica de um nível formidável.
Merecedor das 6 indicações ao Oscar 2015 (Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem e Melhor Edição), “Sniper Americano” também sofre de ser um drama supervalorizado por uns e odiado por outros. Ainda que os muitos temas abordados em seu desenvolvimento não sejam totalmente inéditos ao gênero (vide “Guerra ao Terror”), é inegável que Clint Eastwood entrega um filme que simplesmente transporta o espectador para os perigosos territórios de combate ensolarados do Oriente Médio de forma visualmente impressionante, ao mesmo tempo em que Bradley Cooper carregou em seus ombros uma grande responsabilidade de materializar os aspectos mais particulares de um herói com uma grande competência.
Nota: 7,5/10
Quando ele deixou o trailer Fiquei muito surpreso ao ver Bradley Cooper em filme atirador 'Le sempre fez filmes de comédia ou coisas assim, mas isso leva os aplausos , fez muito bom desempenho
ResponderExcluirEu também acho!
Excluirbjus
Amei, amei esse filme.
ResponderExcluirNão vejo de novo por falta de tempo.
Bradley Cooper além de lindo é, para mim, boa ator.
Bradley Cooper mostrou o seu verdadeiro talento em "O Lado Bom da Vida", um azarão de cerimônia de Oscar e que fez uma ótima parceria com Jennifer Lawrence. Mas há outros filmes em que ele participa também muito bons.
Excluirbjus