sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Crítica: Thomas Crown – Arte do Crime | Um Filme de John McTierman (1999)


Thomas Crown (Pierce Brosnan) é um homem acima de qualquer suspeita. Bilionário, não há nada que ele não possa comprar. Mas quando uma pintura do artista impressionista francês Monet avaliada em 100 milhões de dólares é roubada do Metropolitan Museum of Art em Nova York, seu nome figura como um dos principais suspeitos aos olhos de uma investigadora particular, Catherine Banning (Rene Russo), contratada para reaver a obra de arte e que duvida plenamente da integridade do charmoso ricaço. “Thomas Crown – Arte do Crime” (The Thomas Crown Affair, 1999) é uma refilmagem de “Crown O Magnifico”, que Norman Jewison dirigiu em 1968, tendo Steve McQueen e Faye Dunaway como protagonistas. Aqui nessa produção, John McTierman entrega os papéis principais aos talentosos atores, Pierce Brosnan e Rene Russo; e realiza um longa que mesmo sem a audácia de outros filmes realizados por ele (leia-se Duro de Matar e O Predador) tem um ritmo elegante e um glamour típico do cinema europeu que conferem a esse remake um charme todo especial. John McTierman teve uma carreira oscilante ao longo dos anos, com imensuráveis sucessos e derradeiros fracassos (leia-se O 13° Guerreiro, que foi boicotado na época pela produtora Disney que achou o filme muito violento e descaracterizou por completo o resultado para evitar incômodos com a censura) e nos últimos anos tem estado afastado dos holofotes.


Com um roteiro de Leslie Dixon e Kurt Wimmer, baseado na história de Alan Trustman, John McTierman cria um filme policial suave aparado pelas interpretações do elenco principal. Responsabilidade delegada com precisão. Pierce Brosnan em alta nos tempos onde protagonizava a cinessérie 007, a atriz Rene Russo faz um par romântico genial com o ator, onde o diretor consegue extrair da dupla uma excelente química. Inclusive o ator Denis Leary, frequentemente desinteressante cumpre o seu papel com habilidade. Com locações mais que escolhidas a dedo, a produção luxuosa e a trama repleta de reviravoltas, completamente desprovida de explosões e violência, fazem dessa produção um programa descompromissado e divertido que agrada sem fazer força. Com bons diálogos e uma trama inteligente e ajustada para transparecer elegância (a troca do assalto a banco do original feito com uso de armas por um roubo a uma obra de arte sem armas mostra isso), onde que a melhor parte se passa em seu desfecho ao som da canção “Sinnerman”, de Nina Simone, sob uma condução magistral que ainda homenageia o trabalho de outro pintor, esse belga e surrealista, René Magritte, usando uma versão de suas mais famosas obras (Filho do Homem). “Thomas Crown – Arte do Crime” é um bom filme, longe de ser memorável, mas que é merecedor (ainda que se trate de uma refilmagem) de ser eventualmente mencionado com carinho.

Nota: 7/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário