terça-feira, 27 de novembro de 2012

Crítica: Aeon Flux | Um Filme de Karyn Kusama (2005)



Baseada na estilizada animação criada por Peter Chung na década de 90, mais precisamente em 1995, essa produção cinematográfica com ares de ficção cientifica revolucionária somente demonstrou o quanto o desenho era inovador e a frente de seu tempo, pois o filme Aeon Flux (Aeon Flux, 2005), revelou-se um tédio narrativo que estragou uma boa ideia. Se prendendo ao visual futurista inegavelmente projetado na medida, essa produção fica desprovida de uma linha narrativa coerente com a história da heroína e suas emoções particulares. Na trama, acompanhamos o informativo preliminar de que em 2011 um vírus dizimou 99% dos seres humanos, e 400 anos depois os sobreviventes passaram a residir confinados na cidade de Bregna sobre os cuidados de um governo ditatorial.  Aeon Flux (Charlize Theron) é uma assassina que trabalha secretamente para um grupo rebelde que age à surdina chamado os Monicans, e que intenciona destruir o governo que julga corrupto. Recebendo ordens de Handler (Frances McDormand), Aeon é nomeada a assassinar Trevor Goodchild (Marton Csokas), governante de Bregna e também possível responsável pela a morte de sua irmã. Porém quando diante do cumprimento de sua missão ela vacila a levando a descobrir segredos escondidos em volta da real condição do planeta.

Uma adaptação mal feita de uma complexa animação no final só tinha que naufragar. Além de se distanciar de suas origens, busca inspiração em outros personagens consagrados (Tomb Raider) que remetem inevitavelmente a lembrança caindo por fim em descredito. Qualquer semelhança com o trabalho de animação original foi pura sorte da produção ao conseguir que o roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi mesclasse tudo em uma única história. Por mais que bem intencionados os roteiristas fossem, trata-se de uma trama difícil de destilar num único episódio sem ter um profundo conhecimento da personagem principal, suas motivações, entre outros elementos fundamentais dentro série animada que era exibida na MTV. Dentre as escolhas erradas no formato dessa produção, a escolha da protagonista e principalmente do elenco de apoio destacam-se. Apesar do intenso treinamento de Charlize nas dependências do Cirque du Soleil”, para preparar sua personagem, as cenas de ação ficaram insonsas e sem efeito numa trama onde justamente poderia ser a salvação. Muito pela falta de capacitação da direção de Karyn Kusama em captar os melhores ângulos para criar uma climatização apurada, temos ao mesmo tempo, os demais personagens desinteressados que perambula pela tela sem a capacidade de despertar algum interesse no público, que nos devaneios de presunção da diretora, já estava garantido pela presença da belíssima atriz sul-africana Charlize Theron. 

Apesar da premissa interessante do filme, no contexto de lançar essa animação de Peter Chung em live action a qual estou me referindo, esse longa-metragem amargurou nas bilheterias americanas e sucessivamente internacionais. Foi ocultado da imprensa especializada antes da estreia com o fim de não interferir na opinião do espectador, porém isso não impediu de ser atingido por um inevitável fracasso a longo prazo. Seguindo uma linha criativa e uma tendência de maior destaque hoje, onde mulheres fatais encabeçam grandes produções de Hollywood, deixando qualquer marmanjo de queixo caído literalmente, “Aeon Flux” possivelmente não entra na lista de ninguém como a mais fatal de todas. Angelina Jolie, Zoe Saldana, Gina Carano são bem mais mortais do que Charlize Theron. Inclusive Milla Jojovich se sai melhor em “Ultraviolet”, outra ficção cientifica com um roteiro sem pé nem cabeça, mas porque ela chuta e atira como ninguém mesmo.

Nota: 4/10

6 comentários:

  1. É bem fraquinho mesmo. Só o visual que pe bacana.

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  2. É o típico filme em que os produtores e o diretor se preocupam apenas com os efeitos visuais e deixam de lado roteiro, narrativa e interpretação.

    Abraço

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    1. Esse filme é um bom disso. Poderia ser bem melhor se tivessem se preocupado com o conjunto.

      Abraço

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  3. Confesso que me lembro do anúncio desse filme, não me chamou a atenção na época e depois acabei por esquecer esse filme, tanto que nem sabia que era com a bela Charlize Theron. Mas mesmo assim vou ter que conferir só por ela, mesmo sabendo que o filme é uma bomba...rsrs

    Abraço.

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