segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Crítica: 16 Quadras | Um Filme de Richard Donner (2006)


Com uma história contida que poderia muito bem ultrapassar alguns limites

A história de "16 Quadras(16 Blocks, 2006), segue a missão Jack Mosley (Bruce Willis) de escoltar o preso Eddie Bunker (vivido pelo famoso rapper afro-americano Mos Deff) até o Tribunal para testemunhar em um importante caso de corrupção policial. Porém, ambos acabam sofrendo uma "pequena" alteração de percurso até seu destino. Por isso o que parecia uma tarefa chata e corriqueira para Jack, acaba se tornando um inferno, quando descobre que a testemunha é vital, desencadeando a fúria de vários tiras corruptos. Jack luta contra tudo e contra todos para salvar a vida do jovem Eddie e mudar o curso de seu destino antes que seja tarde demais. Esse filme começa como qualquer filme policial e ganha contornos imprevisíveis numa corrida de gato e rato pelas ruas de Nova York. As típicas perseguições de carros – mais do que necessárias em um bom filme de ação policial – são substituídas por correrias entre transeuntes em becos e subsolos de Chinatown. Os tiroteios ficam mais contidos e menos monstruosos que em outros filmes de Richard Donner (Máquina Mortífera, Assassinos). A câmera segue os envolvidos de perto, tremulada e segura da narrativa. Donner tem um passado no gênero de ação carregado de glórias que ele tenta trazer para esse filme. O percurso de 16 quadras, não chega a ser uma maratona, porém para Jack, com ares de cansaço, consumido pela desgastante rotina policial, inevitavelmente vira uma jornada física quase impossível. Bruce Willis está bem pançudo para caracterizar o policial alcoólatra com veracidade. Acomodado e desprovido de entusiasmo para desempenhar a função de servir e proteger.  Inclusive colocou pedras no sapato, para tornar o andar desconfortável e legitimar uma postura de policial debilitado pelos anos dedicados ao trabalho. Mas sua maior fraqueza, a consciência pesada por uma vida marcada por decisões erradas, ele não consegue transpor com credibilidade. Sua maior qualidade como ator, quando investe no tom cômico de seus personagens, não é adotado aqui. Essa responsabilidade foi delegada a Mos Deff. 

Enquanto Eddie transpõe um personagem ingênuo distante da importância de seu papel dentro da trama, cumpre a tarefa de seguir o astro na fuga. O roteiro se arma de algumas peripécias para deixa-lo um pouco mais interessante – como a questão do ponto de ônibus em meio ao furacão – mas falha com uma série de outros furos que giram em volta de seu personagem. Se houve a intenção de criar um personagem irritante, essa meta foi obtida com sucesso. Ele desgasta a paciência de qualquer um quando começa falar de trivialidades para Jack. Mas suas deficiências de transpor um personagem intrigante acabam não sendo compensadas com o estrelismo de Willis. Mesmo com uma direção tentando escapar dos clichês, infelizmente o roteiro limitado por sua natureza não contribui no conjunto. Ainda mais armado do antagonista Frank Nugent (David Morse), com uma atuação elegante, mas exageradamente burocrática. O desfecho da trama, apesar de imprevisível e improvisado, não trazia nada de novo até mesmo para época. A história que não causava envolvimento no processo, não empolgou nos acertos, e errou feio em salvar os bonzinhos ao mesmo tempo em que quis levar a redenção aos arrependidos. Uma proposta muito politicamente correta, em um filme que até o segundo ato, parecia que ninguém se salvava. Assim "16 Quadras" demonstrou ser um filme legal, menos empolgante do que outros da autoria de Donner, mas melhor do que vários filmes, nos quais Willis atuou entre os sucessos da franquia Duro de Matar, ao qual o papel de policial beberrão é magistralmente bem desempenhado por ele. 

Nota: 6,5/10

4 comentários:

  1. Poxa, escrevi um comentário deixando a minha opinião, mas quando cliquei em "publicar" aconteceu algum erro na página e o no lugar desse campo de comentário apareceu a mensagem "página não encontrada". Que raiva! rsrs

    Bom, de forma resumida, eu tinha dito que o filme me marcou pelo personagem extremamente irritante que o policial tenta salvar. Passei o filme inteiro torcendo pra matarem ele logo rs

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  2. Putz... que droga! rsrs...
    Obrigado por sua contribuição.
    À propósito, isso também já aconteceu comigo.

    abraço!

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  3. Gosto desse filme, já assisti um monte de vezes rsrsrs. Acho legal o tal confeiteiro, e na verdade, comparo o que acontece ali com a realidade, já que muitos inocentes respondem e pagam o crime de criminosos disfarçados. Abraços!

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    1. Mas quase cheguei a torcer para o Bruce Willis desistir de fazer o que era certo rsrsrs

      Beijos

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