quarta-feira, 17 de maio de 2017

Crítica: John Wick: Um Novo Dia para Matar | Um Filme de Chad Stahelski (2017)


Adeus aposentadoria. Após recuperar seu carro depois de um interminável banho de sangue, John Wick (Keanu Reeves) pensou que finalmente poderia se aposentar de suas atividades de matador de aluguel. Mas uma inesperada visita de um antigo conhecido, Santino D`Antonio (Riccardo Scarmacio) atrapalha seus planos. Quando Santino cobra uma promissória deixada por John Wick no passado para abandonar sua função de assassino da Alta Cúpula, uma espécie de sindicato do crime organizado ao qual Wick fazia parte no passado, Santino ressurge com uma proposta tão difícil quanto inesperada: matar sua irmã para que ele possa herdar a função reservada a ela na Alta Cúpula. Entretanto nem tudo sai como esperado, fazendo com que John seja forçado a voltar mais violento do nunca para sobreviver. “John Wick: Um Novo Dia para Matar” (John Wick: Chapter 2, 2017) é um filme de ação estadunidense que é uma promissora sequência da produção “De Volta ao Jogo” lançada em 2014. Chad Stahelski que nem de longe sugere disfarçar suas pretensões de construir uma franquia de sucesso nos moldes dos filmes de ação dos anos 80 e 90, não poupa o espectador do que sabe fazer melhor: cenas de ação explosivas. Cenas essas obtidas após ter trabalhado incessantemente em dezenas de blockbusters ao longo de muitos anos.

Incessante, violento e estilizado; “John Wick: Um Novo Dia para Matar” é simplesmente uma matança só. Inclusive  essa é a principal necessidade de seu protagonista para manter-se vivo: matar. Considerando o fato de que o primeiro capítulo soube criar um universo mitológico de um submundo do crime bastante personalizado e distante de uma possível realidade sem causar incomodo ao espectador, sua sequência também soube dar a devida continuidade ao mesmo de forma bem agradável. Regras e normas invioláveis dadas aos diferentes níveis de hierarquia desse submundo criminoso, comportamentos que prezam, sobretudo, o refinamento em ambientes descolados que dividem a tela com coreografias de tiroteio e lutas brutais compõem o leque de opcionais oferecidos pela direção de Chad Stahelski. O diretor cria de forma fluente um choque dos extremos com bastante estilo camuflando o que lhe falta: coerência com a realidade, um válido estudo de personagem e uma dose de equilíbrio na ação que inúmeras vezes inclusive saem do controle. A escolha de Keanu Reeves para o papel de John Wick também segue uma lógica própria: sua reputação o precede como nessa produção. Embora o astro nunca tenha sido um ator superlativo, onde seus filmes sempre foram de uma qualidade irregular, também encabeçou o elenco de filmes icônicos que listam sendo os melhores na opinião de muitos amantes do cinema (leia-se “Matrix” ou “Drácula de Bram Stoker).

Curiosamente Keanu Reeves volta a dividir a tela com um antigo parceiro, o ator Laurence Fishburne. Presença essa que remete consequentemente aos fãs da dupla uma nostálgica lembrança. Seja apenas pela ilustre presença dos dois em cena ou pelo uso de uns poucos diálogos que parecem ter saído dos tempos de glória de “Matrix”, um de seus maiores sucessos de bilheteria e crítica que tem reverberado até hoje. Sobretudo, “John Wick: Um Novo Dia para Matar” é um grande filme de ação. A herança do simples conceito oitentista de “John Wick contra o mundo” não só tem sobrevivido ao tempo, como nas mãos certas e com o suporte técnico adequado mostra que tem potencial de superar facilmente filmes de ação modernizados e pretensiosos.

Nota:  7,5/10


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