Um surto epidêmico de um perigoso vírus que transforma as pessoas infectadas em zumbis tem assolado o planeta. Mas medidas de contenção estão sendo tomadas pelas autoridades e após alguns dias a procura de sua jovem filha, Maggie (Abigail Breslin), o seu pai Wade (Arnold Schwarzenegger) a encontra numa ala de quarentena de um hospital que tem afastado do restante da população as possibilidades de infecção. Maggie está infectada. Amigo de Wade, o doutor Vern Kaplan (Jodie Moore) a libera para ser levada para casa e passar seus últimos dias na companhia de sua família como um favor ao amigo. Isolados em sua casa, Wade, Maggie e sua madrasta Caroline (Joely Richardson), vem o prazo de seis meses dado para ela tem se esgotando e o doloroso final desse confinamento se aproximando do fim. “Maggie – A Transformação” (Maggie, 2015) é um drama pós-apocalíptico escrito por John Scott III e é a estreia da direção de Henry Hobson. Em sinopse esse filme já se mostra ligeiramente interessante, que busca conferir uma carga dramática a um filme desse subgênero idolatrado ao longo dos anos no cinema, mas quando nos é revelado o nome do astro Arnold Schwarzenegger nos créditos é quando as surpresas estouram. Geralmente associado a filmes de ação e blockbusters, Schwarzenegger sugere uma tentativa de se reinventar como ator dramático aos seus 67 anos e isso talvez seja o maior atrativo dessa produção que não chega ser um estudo de personagens sólido e atraente como era de sua pretensão.
“Maggie – A Transformação” testa exponencialmente a paciência do espectador. De ritmo arrastado e carregado de situações reflexivas desgastantes, situações maçantes e diálogos de uma pobreza quase impossível de passar despercebida aos sentidos, as boas ideias da premissa se perdem pela falta de um roteiro cativante que compense outras falhas que já eram esperadas num desempenho dramático de Arnold Schwarzenegger. Seu esforço é louvável, mas o resultado também não é um dos melhores de sua carreira (particularmente acho que ele nasceu para interpretar o T-800). Abigail Breslin é outro talento mal aproveitado e irremediavelmente prejudicado pelo roteiro deficiente que permeia todo o desenvolvimento da trama. Embora tenha alguns enriquecimentos técnicos interessantes como a direção de fotografia de Lukas Ettlin que confere certos atrativos visuais ao trágico enredo, Henry Hobson não sabe exatamente explorar as vantagens que dispõe a seu favor. Filmado de forma convencional com um orçamento ordinário para os padrões de norte-americanos (cerca de 4 milhões de dólares) e sem a pretensão de imprimir um estilo, sua abordagem de nos aproximar de Maggie e despertar empatia sobre sua história com tão poucos vislumbres é extremamente falha, embora bem intencionada. Considerando que a infecção zumbi é dotada de certa originalidade ao ser confrontada com o contexto de ideias de “Maggie – A Transformação”, sendo que poderia muito bem ser qualquer doença fatal em sua fase terminal para materializar sua trama, há alguns aspectos interessantes nesse longa-metragem, mas que não chegam a salvá-lo dele mesmo.
Nota: 5,5/10
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