sexta-feira, 26 de junho de 2015

Crítica: Kingsman: Serviço Secreto | Um Filme de Matthew Vaughn (2014)


Depois de perder seu pai em um combate militar quando ainda era uma criança, Gary “Eggsy” Unwin (Taron Egerton) cresceu culpando políticos insensíveis e intocáveis aristocratas alheios aos perigos que seu pai se submetia na função militar que exercia. Mas Gary apenas ficou verdadeiramente consciente das circunstâncias de sua morte, quando conheceu com transparência a figura de Harry (Colin Firth), um experiente agente secreto de uma agência de espionagem chamada Kingsman. Harry teve uma forte ligação quanto ao destino fatal daquela missão que levou o pai de Gary a morte, e que preocupado com o rumo desordeiro que Gary direcionava sua vida, decide recruta-lo para a agência desde que consiga a aprovação num elitizado processo de seleção. Avaliado por Merlin (Mark Strong), ao mesmo tempo em que tem sido acompanhado de perto por Harry, em paralelo um perigoso vilão, o milionário Richmond Valentine (Samuel L. Jackson) executa um plano de conspiração contra o mundo e que se mostrará o mais ávido teste, tanto para ele como para todos no ingresso de Gary nessa centenária agência de espionagem. “Kingsman: Serviço Secreto” (Kingsman Secret Service, 2014) é uma produção de ação e espionagem adaptada da série de quadrinhos de Mark Millar e Dave Gibbons (publicada em 2012), e que tem a sua transposição cinematográfica no roteiro de Jane Goldman e Matthew Vaughn. Dirigido também por Matthew Vaughn, o cineasta mistura com uma rara competência uma série de sacadas saídas de bem-sucedidos filmes de espionagem, com uma ação estilizada de qualidade impecável que oferece aos espectadores um resultado inebriante.


Kingsman: Serviço Secreto” não busca ser necessariamente inovador. Entretanto, o cineasta aproveita a oportunidade de desconstrução de alguns aspectos marcantes que geralmente habitam filmes do gênero e consegue uma boa dose de inovação do resultado. O cineasta britânico Matthew Vaughn tem se mostrado um dos melhores diretores e roteiristas que surgiram nos últimos anos no cinema mainstream. Sua especialidade: filmes de ação. Em “Kingsman: Serviço Secreto” ele recheia seu trabalho com inúmeras homenagens a icônicos filmes de espionagem (há várias passagens que remetem a franquia 007), agrega de modo equilibrado elementos estéticos arrojados que resultam em sequências de ação brilhantemente estilizadas, reúne uma gama de atraentes referências da cultura pop e uma boa dose de humor requintado. A ação e a fantasia se completam em prol desse longa-metragem, que brinca com as expectativas do espectador surpreendendo o público desavisado do estilo de seu realizador. Se cenas como as que ocorrem na igreja surpreendem pela violência exacerbada e repentina, a explosão descontrolada de cabeças de colaboradores do vilão em fogos de artifícios coloridos marca o tom da empreitada de Matthew Vaughn. Esse mesmo aspecto é presente em outro trabalho do cineasta: “Kick Ass – Quebrando tudo”, que também é a desconstrução de outro subgênero do cinema (o alvo são os filmes de super-heróis). Com um roteiro afinado e atuações inspiradas, com destaque para Colin Firth como o agente especial da Kingsman e Samuel L. Jackson, que mesmo num papel clichê materializa um vilão impressionante, “Kingsman: Serviço Secreto” comprova toda a habilidade de seu realizador em fazer filmes no mínimo divertidos. Embora essa produção não venha a ser memorável para fãs do gênero, no entanto ela seguramente diverte como poucas.

Nota:  8/10

2 comentários:

  1. Tenho de concordar. Acho dificil dizer que é um grande exemplo de Cinema, mas não é difícil dizer que o filme diverte. É até leve, apesar da violência cartunesca extrema.

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    1. Temos aqui um potencial exemplar para uma franquia de sucesso. Agora é só esperar...

      abraço

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