sexta-feira, 15 de maio de 2015

Crítica: A Praia | Um Filme de Danny Boyle (2000)


Richard (Leonardo DiCaprio) é um jovem mochileiro que está algum tempo viajando pelo mundo atrás de novas descobertas. A busca pela expansão de territórios lhe confere uma saborosa sensação de liberdade. Num hotel de quinta categoria localizado em Bangcoc, ele conhece um casal de jovens franceses – Étienne (Guillaume Canet) e Françoise (Virginie Ledoyen) – com quem faz uma comprometida amizade. E no mesmo hotel, numa estranha noite ele também conhece Dafty (Robert Carlyle), uma assustadora figura que revela a Richard a existência de uma idílica ilha na baía de Maya, que é anunciada como um lugar perfeito. De posse de um mapa, Richard segue com o casal para o destino, e lá se deparam com uma plantação de maconha cultivada por guerrilheiros tailandeses e uma comunidade secreta naturalista liderada por Sal (Tilda Swinton). Mas nesse distante paraíso onde parecia que não havia problemas que pudessem abalar a harmonia desse oásis, algumas verdades incômodas rompem a aparência hospitaleira que se parecia tão consolidada nesse grupo de eremitas. “A Praia” (The Beach, 2000) é uma aventura baseada no best-seller de Alex Garland sobre um mochileiro moderno que busca uma forma não ortodoxa de fazer turismo pela Ásia. Dirigido por Danny Boyle (responsável por filmes como “Trainspotting”, “127 Horas”, entre outros), essa produção é o primeiro filme estrelado por Leonardo DiCaprio depois do sucesso “Titanic”, sucesso de bilheteria dirigido por James Cameron. E para o espanto de muitos, ainda consegue surpreender alguns fãs com o seu processo de amadurecimento de interpretação.

   
Em resumo, “A Praia” é uma produção intensa, ligeiramente decorada com algumas referências cinematográficas e boas sacadas de câmera que conferem um apuro visual estonteante ao conjunto, mostrando de como Danny Boyle obteve uma transição saudável para cinema Hollywoodiano. Uma transição normalmente fatídica para realizadores de outras nacionalidades que não estão preparados. Se o filme tem em seu prelúdio os contornos visuais de “A Lagoa Azul”, passa para uma transição sangrenta com toques de violência típicos de “Pulp Fiction”, e no final das contas resulta na alienação perturbadora de “O Franco Atirador”. A consequência disso vem na forma de uma variedade de emoções diferentes no mesmo longa-metragem, embora nem todas soem tão agradáveis quanto necessárias para o desenvolvimento da trama (a cena do ataque de tubarões a uma dupla de membros da comunidade é perturbadora aos espectadores mais sensíveis). Enquanto DiCaprio ainda se desprendia da convivência do sucesso de “Titanic”(o ator desfrutou por mais de um ano de festas e viagens sem se decidir o que fazer de sua carreira), e Boyle desfrutava dos merecidos louros de “Trainspotting”, eu particularmente julgo o resultado de “A Praia” como sendo o mais fraco longa-metragem da carreira de ambos os envolvidos. Sobretudo, “A Praia” tem os seus atrativos permeados pelo desenvolvimento, seja em sua aparência ou na própria história. Mas é certo dizer que não se trata de um filme icônico na carreira de ambos, ou ainda assim, nos corações de fãs.

Nota:  6/10

2 comentários:

  1. Longe de ser um grande filme, mas também não é a bomba que muitos críticos consideraram na época.

    O resultado é razoável.

    Abraço

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    1. Gosto de pensar nele como um filme de transição, tanto para DiCaprio como para Boyle. Considerando suas obras mais recentes, podemos até olhar para "A Praia" com mais carinho.

      abraço

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