terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Crítica: De Volta ao Jogo | Um Filme de Chad Stahelski (2014)


John Wick (Keanu Reeves) é um lendário assassino profissional aposentado. Embora ele estivesse afastado da função de assassino já alguns anos, seu nome ainda era mencionado em certos círculos criminosos com certo temor por cumprir com obstinação seus objetivos. Afastado de sua vocação pelo amor que passou a sentir por uma mulher com quem se casou, Helen (Bridget Moynahan), ela adoece e morre poucos anos depois de sua aposentadoria. Mas não sem antes, de se certificar que após sua morte lhe seria entregue um filhote de cão para fazer-lhe companhia. Mas quando o ganancioso filho de um antigo empregador de John comete o erro de roubar seu carro e no processo matar o indefeso companheiro dado por sua falecida esposa, a última lembrança viva de seu amor, ele inicia uma guerra sem precedentes para vingar essa desnecessária afronta. “De Volta ao Jogo” (John Wick, 2014) é um filme de ação e suspense escrito por Derek Kolstad e dirigido em parceria por David Leitch e Chad Stahelski (embora somente o nome do segundo venha a habitar os créditos de realizador). Ambos são experientes coordenadores de dublês em superproduções em Hollywood (como em Matrix Reoladed) como foram responsáveis por unidades secundárias de filmagens em várias produções. Estrelado por Keanu Reeves, esse longa também tem no elenco Michael Nyqvist, Alfie Allen, Willem Dafoe, Adrianne Palicki e Dean Winters. Essa produção marca a estreia da dupla na função de realizador, onde esbanjam competência técnica, ritmo e uma ousadia narrativa que remete a filmes de ação dos anos 80 que se converte numa experiência retro divertidíssima.


De Volta ao Jogo” estampa um enredo simplório, mas impressiona pela ação bem orquestrada e pelo nível de dramaticidade respeitável. Além é claro, de um toque de humor descompromissado e sutil devido a uma implantação de algumas excentricidades na trama materializadas pelo Hotel Continental ou grupo de limpeza do rastro de morte deixado pelo protagonista. Inteligentemente como prioridade, seus realizadores estabelecem o status de lenda que John conferiu no submundo do crime de forma concreta e arrojada, ao apresentar o temor que seus conhecidos colaboradores e contratantes demonstram por sua volta ao jogo, e posteriormente revelam como ele obteve esse efeito em seu desenvolvimento ao mostrar John em ação de forma implacável, através de tiroteios explosivos, sucessivas facadas e tiros a queima-roupa numa aparente e infinita escalada de mortes até atingir o tão esperado ápice de sua vingança (que ainda reserva uma reviravolta). Se todo o elenco funciona bem dentro da proposta dessa produção, Keanu Reeves se mostra uma escolha mais do que acertada para a função de matador imbatível, mostrando uma astúcia por parte de seus produtores ao deixar de lado escolhas previsíveis como Jason Statham para um filme desse gênero. “De Volta ao Jogo” é um pupilo de um legado de filmes oitentistas que tinham como características o seu protagonista ser o exército de um homem só. Embora a fórmula possa aos olhos de muitos estar excessivamente desgastada, essa produção prova que ainda pode render filmes bem divertidos, desde que se faça algumas espertas modificações. 

Nota:  7/10


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