domingo, 28 de dezembro de 2014

Crítica: Maze Runner – Correr ou Morrer | Um Filme de Wes Ball (2014)


Sem saber por que ou ao menos aonde, Thormas (Dylan O’Brien) desperta assustado do interior de um elevador que se abre para um mundo desconhecido. Com dificuldades de lembrar seu próprio nome, ele passa a integrar um grupo de adolescentes aprisionados em uma clareira rodeada por enormes murros que delimitam um perigoso labirinto cercado de mistérios. Aos poucos ele passa a se familiarizar com a metódica rotina do lugar e com as regras que tem que seguir para coexistir com os demais membros do grupo. Assim como Thomas, nenhum dos garotos que estão ali sabem como chegaram lá, e o por quê. Mas sabem que todas as manhãs as portas do labirinto se abrem e a noite se fecham, como também a cada trinta dias um novo membro surge do mesmo elevador do qual Thomas saiu. E muitos segredos e mistérios que permeiam a vida desses jovens, sobretudo no labirinto, podem encontrar revelações na memória de Thomas, como no surgimento da primeira garota dessa prisão. Mas a rotina dada como certa por boa parte dos membros vai se alterando com a presença de Thomas e a possibilidade de fuga dessa prisão cada vez se torna mais alcançável e proporcionalmente perigosa. “Maze Runner – Correr ou Morrer” (The Maze Runner, 2014) é uma produção de ficção cientifica e mistério baseada no grande sucesso literário de 2009 publicado por James Dasher com o mesmo título do filme. Com roteiro de Noah Oppenheim e direção de Wes Ball, essa produção tem suas raízes em mais um exemplar literário direcionado a jovens adultos. Enquanto “Jogos Vorazes” usufrui dos benefícios de seu pioneirismo e “Divergente” aspirava ser um concorrente a altura nesse subgênero, “Maze Runner – Correr ou Morrer” corre por fora (desculpem o trocadilho) e se mostra uma surpresa agradável e inesperada.


A razão pela qual “Maze Runner – Correr ou Morrer” se mostra uma produção digna de alguma atenção se resume numa palavra: competência. Há sinais de capacidade em sua realização. Na primeira hora do desenvolvimento dessa produção há todos os elementos necessários para despertar a atenção do espectador, e a direção Wes Ball mescla tudo de forma orgânica. O ambiente em que se passa a trama é bem criado, seja pelos efeitos visuais discretos e de funcionalidade inquestionável ou pela forma elegante em que apenas se apresentam. A ação tem ritmo e distanciamento de qualquer sensação de tédio. O elenco desprovido de grandes astros funciona dentro da proposta, como Dylan O’Brien se destaca merecedoramente entre o grupo (sua busca por uma saída da prisão não é um desafio somente material, mas psicológico bem interpretado). Há uma exploração acertada em relação dos mistérios que cercam o passado e o futuro desses jovens, como também há uma ameaça verdadeiramente aterrorizante materializada em perigosas criaturas que rondam os corredores do labirinto e distanciam os jovens de alcançar o sucesso de encontrar uma saída deste confinamento. Se para a maioria das transposições cinematográficas é interessante (embora quase nunca realmente necessária) que o espectador tenha um conhecimento aprofundado de sua base literária, essa produção dispensa maiores informações. Tudo que o espectador precisa saber decorre em tela numa medida bem equilibrada com o formato de cinema. Embora o desenvolvimento não apresente nenhuma surpresa avassaladora, como as reviravoltas não se mostrem tão intensas quanto necessitavam, além do desfecho apressado marcado de exageros simplistas e injustificáveis, “Maze Runner – Correr ou Morrer” não decepciona como era de se esperar de um retardatário. Com um gancho pouco criativo para uma sequência que deixa uma promessa de melhoras significativas para o futuro da franquia, talvez essa produção ainda venha a ganhar momentos de liderança no coração de muitos espectadores sendo que “Jogos Vorazes” tem se aproximado do fim e não anda tão fascinante como nos primórdios da série.  

Nota:  7,5/10

4 comentários:

  1. Estou com o filme para conferir.

    Abraço

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    1. Assisti por curiosidade e não me arrependi. Desejo uma boa sessão!

      abraço

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  2. Eu assisti porque minha irmã mais nova tinha pedido. Acabei gostando do filme.
    Mesmo com aquele final sem graça '-'

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    1. É bom mesmo, ainda que o final quase coloque tudo a perder.

      abraço

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