sábado, 26 de abril de 2014

Crítica: As Vantagens de Ser Invisível | Um Filme de Stephen Chbosky (2012)


Em 1999 Stephen Chbosky lançou um livro chamado “As Vantagens de Ser Invisível” (The Perks of Being a Wallflower) que abordava os dilemas comuns da adolescência: a receosa incursão no colegial, a paixão, os encontros e desencontros das amizades, drogas e além do mais, um assunto que não poderia faltar, sobre questões voltadas aos mistérios emocionantes da sexualidade. Aclamado pela crítica, o livro foi um sucesso de vendas. Após mais de uma década veio à oportunidade para Stephen Chbosky de adaptá-lo para o cinema, como também de dirigir está adaptação. “As Vantagens de Ser Invisível” (The Perks of Being a Wallflower, 2012) é uma comédia dramática juvenil onde acompanhamos Charlie (Logan Lerman) um garoto de 15 anos que após um período afastado da escola por causa de uma depressão causada pelo trauma do suicídio de seu único amigo, o garoto retorna ao colegial marcado pela tragédia. No processo de se sociabilizar Charlie faz contato com Patrick (Ezra Miller) e sua meia-irmã, Sam (Emma Watson), duas figuras que lhe chamaram a atenção e que o acolheram solidariamente. Assim, com a ajuda desses dois jovens começa uma sensível e profunda jornada de como encarar o passado e o futuro da inquietante juventude.

O que poderia ser apenas mais uma realização que aborda o universo juvenil com um resultado limitado igual a tantas outras produções parecidas, “As Vantagens de Ser Invisível” ganha pontos preciosos devido a três aspectos que se sobressaem diante de outros filmes similares. 1 – O elenco: a escolha dos jovens protagonistas não poderia ser melhor. Logan Lerman mostra um amadurecimento impossível de não ser notado em comparação a seus trabalhos anteriores. Emma Watson prova que jamais será estigmatizada com seu papel desempenhado na franquia “Harry Potter”, e mostra que promete para o futuro, enquanto Ezra Miller rouba a cena a cada aparição na película conferindo a seu personagem um toque de sensibilidade profunda e cativante. 2 – O roteiro: Stephen Chbosky esbanja fluência na abordagem das diversas faces da juventude com uma trama bem construída e inteligente que liga todas as pontas soltas em volta dos personagens em uma história bem delineada. Dono da história, Chbosky a filma com delicadeza e consciente das possibilidades realizando um trabalho formidável. 3 – A trilha sonora: por último, mas não menos importante, a trilha sonora desse longa-metragem se mostra muito bem escolhida e simplesmente pontual nos desdobramentos da trama. Um dos grandes acertos desse filme que deve ser observado com a devida atenção.

Em resumo, “As Vantagens de Ser Invisível” é um filme surpreendente que se distância de muitos outros filmes parecidos. Se a premissa sugere um desenvolvimento ralo, o ótimo trabalho de Stephen Chbosky surpreendeu por criar um produto que é capaz de agradar até aos espectadores que não apreciam filmes juvenis. Divertido quando deve ser, também emociona sem fazer força. Afastado do cinema como diretor desde 1995, quando escreveu, dirigiu e atuou em um  filme completamente independente, Stephen Chbosky não tem mais razões para ficar tanto tempo longe das câmeras novamente. Seu trabalho está aprovado e pode ser abertamente recomendado.

Nota:  8,5/10


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