Em 1995, o genial filme “Bad Boys” (produção de ação estrelada por Will Smith e Martin Lawrence) prontamente em seus primeiros minutos dava a noção de que “Passageiro 57” (Passenger 57, 1992), thriller de ação estadunidense dirigido por Kevin Hooks, não havia vindo ao mundo somente de passagem. Quando em “Bad Boys”, a dupla de astros resolvem entrar em ação durante um inesperado assalto (e consequentemente hilário), Martin Lawrence dá um chute no bandido e dispara uma típica frase de efeito que homenageiava essa produção: “...gostou do golpe? Wesley Snipes, Passageiro 57... agora arranja um pano para eu limpar”. “Passageiro 57”, apesar de suas óbvias limitações, se mostrava um grande programa de entretenimento para época. Em sua trama acompanhamos John Cutter (Wesley Snipes), um renomado especialista em anti-terrorismo em atentados aéreos, que após a morte de sua esposa em um assalto ao qual ele se sente responsabilizado, se torna apenas um simples instrutor de segurança. Mas Delvecchio (Tom Sizemore) o convence de conseguir um cargo melhor em uma grande empresa aérea, contanto que ele vá a Los Angeles para uma entrevista de emprego. Porém, no mesmo voo está Charles Rane (Bruce Payne), um grande terrorista que está sob custódia da justiça, sendo levado para prisão. Quando os cumplices de Rane executam um plano de resgate em pleno voo, o passageiro da poltrona 57 (John Cutter) mostra-se um obstáculo insuperável para esses criminosos.
Com a pretensão de alçar Wesley Snipes ao topo como astro de filmes de ação (hoje posto concedido ao ator Jason Stathan), essa produção funciona bem: com ritmo, boas interpretações e muita ação, “Passageiro 57” se mostra uma realização divertida para o gênero e que sem dúvida nenhuma, está repleta de clichês batidos (coincidentemente a aeromoça que ajuda Rane durante a ação criminosa, interpretada pela atriz Alex Datcher, já se conhecmam antes do atentado e já rolava certo clima de romance entre eles) que funcionam sem ofender ninguém. Snipes, um hábil artista marcial que carrega seus golpes com estilismo e muita maha, se confronta com um vilão interessante materializado por Bruce Payne, que compõe um terrorista ariano distante da realidade que os Estados Unidos da América combate na prática. Apesar de um roteiro pouco conectado com a realidade que sombreia ataques do gênero, essa produção funciona bem devido à agilidade da ação orquestrada pela condução de Kevin Hooks. Trata-se de uma produção B com cara de cinemão que funciona tão bem como se fosse feita por Michael Bay (dependendo do momento da carreira, funciona até melhor). “Passageiro 57” é um bom filme de ação, divertido e com algumas boas sacadas. Pouco mencionado, merece ser conferido, nem que seja para ver de que chute Martin Lawrence se referia em "Bad Boys" (1995) sobre um certa passagem.
Nota: 7/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário