Machete (Danny Trejo) era um renomado policial no México traído por seus colegas de trabalho. Cerca de três anos após o ocorrido, quando Machete residindo nos Estados Unidos e sobrevivendo de pequenos trabalhos de jardinagem e carpintaria, o sujeito recebe uma proposta lucrativa. Machete receberia US$ 150.000,00 para matar o Senador McLaughin (Robert De Niro) conhecido por ser impetuoso com os imigrantes ilegais que atravessam constantemente a fronteira do México. Mas o que ele não sabia, era que novamente seria traído. Porém agora ele irá saciar seu desejo de vingança matando todos aqueles que conspiraram contra ele. “Machete” (Machete, 2010) foi dirigido por Robert Rodriguez, e era em seus primórdios apenas um trailer falso que antecedia o longa-metragem “Planeta Terror” (2007), também dirigido pelo cineasta. Após cativar milhares de espectadores o responsável foi convencido a criar um filme sobre o personagem na íntegra saciando o desejo de milhares de fãs. Tanto “Planeta Terror”, como “A Prova de Morte” (esse segundo, uma produção escrita e dirigida por Quentin Tarantino) compõe o “Projeto Grindhouse”, em que ambos os cineastas tendo como base filmes de baixo orçamento nos moldes de produções B da década de setenta criaram essas duas produções incomuns.
“Machete” segue veemente a estética dos filmes de Grindhouse. Repleto de personagens no limite da canastrice, diálogos horrendos, violência e erotismo gratuito, essa produção tem contornos exagerados de filmes B que beiram ao trash. No entanto, Rodriguez consegue contextualizar em sua trama escrachada um enredo político que critica o modo que as autoridades americanas lidam com o problema da imigração ilegal de forma sutil e inteligente. Ao transformar o improvável ator Danny Trejo de coadjuvante de inúmeras produções hollywoodianas a protagonista de um filme cult, Rodriguez cria um personagem de aparência e essência excêntrica que funciona com perfeição dentro da proposta desse longa-metragem. Sua estrutura técnica (fotografia saturada, trilha sonora energizada como na canção “Ave Maria” ocorrida na igreja e sequências de ação absurdas quando não extremadas) funciona com a mesma funcionalidade que o elenco de apoio composto por grandes nomes da indústria (Robert de Niro, Jessica Alba, Lindsay Lohan, Steven Seagal e Michelle Rodriguez) que normalmente não trabalhariam em filmes desse gênero se não fosse para Robert Rodriguez.
“Machete” é uma produção que apesar de ser um bom filme, também pode ser confundido como uma produção horrível. Dependendo da forma como o espectador o encara. Para um espectador habituado com o esmero de produções hollywoodianas essa produção é bizarra, porém para um espectador consciente da proposta aqui oferecida, esse longa é apenas um pouco mais exagerado do que geralmente produções desse gênero tinham a oferecer. Definitivamente não é para todos os gostos, o que não quer dizer que não tenha sabor.
Nota: 7/10
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