quinta-feira, 18 de julho de 2013

Crítica: Tron - O Legado | Um Filme de Joseph Kosinski (2010)


Exatamente 28 anos após o lançamento de "Tron - Uma Odisséia Eletrônica" (1982), a Walt Disney lançou uma sequência de um longa-metragem clássico ao qual muitos sempre consideraram uma irremediável obra incompeendida por um seleto grupo de admiradores. Em contrapartida, para outros sempre foi visto apenas como um filme regular (visualmente interessante, mas pobre de roteiro) que não teve um envelhecimento saudável, já que para as gerações mais recentes, tratava-se de um filme completamente desconhecido. Se o filme original virou foco de culto, o destino não reservou o mesmo status a sua continuação. Porém "Tron - O Legado" (Tron Legacy, 2010) é inegavelmente melhor em vários aspectos, apesar de seguir na mesma linha narrativa: um roteiro que perpetua suas fraquezas e um visual fabuloso dominado por neons e luzes translúcidas que enchem os olhos do espectador. Essa produção é favorecida pelas melhorias de geração de efeitos visuais que o original não dispusera em seu tempo. Em sua história acompanhamos Sam Flynn (Garrett Hedlund) filho do gênio da tecnologia que misteriosamente desapareceu sem deixar rastros. Kevin Flynn (Jeff Bridges) está desaparecido desde a década de 80, mas seu filho acredita que ele ainda está vivo, o que o leva a buscar informações que esclareçam que destino seu pai teve ou nas melhores das hipóteses, o levem ao paradeiro dele. Quando inexplicavelmente é chamado para o velho arcade do pai, onde é engolido pelo mesmo mundo de ferozes programas e gladiadores virtuais onde seu pai se encontra a anos.



De visual único e uma história questionável, essa produção procura ganhar o espectador pelos olhos, desde a abertura (com o logotipo da produtora), passando pelo mundo real (quando Sam custura o trânsito da cidade com sua moto e salta de paraquedas do topo de um prédio) até culminar antes da metade no universo virtual de inúmeras passagens deslumbrantes. Portanto, qualidades técnicas para essa produção não faltam: direção de fotografia, arte e montagem estão em plena sintonia com a proposta dessa produção. Entretanto, nem tudo é luzes. O elenco demonstra equívocos, essencialmente na escolha de Garrett Hedlund (Na Estrada, 2012) como filho de Jeff Bridges - o jovem se mostra pomposo. Enquanto Bridges está a vontade em seu papel, apenas se diverte ao reviver um personagem depois de décadas. Contudo, Olivia Wilde (O Preço do Amanhã, 2011) surpreende, se mostrando um grata e bela surpresa. Com uma trilha sonora elegante de Daft Punk acentuado a riqueza visual do filme, essa produção se mostra um bom programa de entretenimento para os sentidos. Mas a direção de Joseph Kosinski (oriundo da publicidade) em seu primeiro longa cinematográfico presa pela estética ao invés da substância - a artificialidade do enredo é levada ao processo do conjunto da obra. Mas apesar de algumas deficiências óbvias em volta desse longa-metragem (considerando inegavelmente de que se trata de apenas mais produto para Disney)  "Tron - O Legado" funciona melhor do que seu antecessor, tornando-se um raro caso onde a continuação é melhor do que o original embora não seja muito diferente em seu conceito. 

Nota: 7/10



4 comentários:

  1. Concordo com sua opinião, o original é um filme mediano que se tornou cult por ter sido o primeiro a utilizar a computação gráfica.

    Mesmo que o roteiro da sequência seja simples, visualmente o filme é ótimo.

    Abraço

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    1. Essa simplicidade de roteiro vem da influência da Disney suponho. Querendo ou não, trata-se de apenas um entre dezenas de projetos que a Walt Disney Pictures lança anualmente. Noto em seus projetos uma certa política a qual prega acessibilidade em suas propostas, apesar do esmero e o acabamento visual dado a seus projetos. Dependendo do ponto de vista, não os culpo. Entretanto, posso dizer por mim que ando meio farto disso depois de "Homem de Ferro 3".

      abraço

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  2. Achei o visual do filme interessante, mas a história muito sem empolgação. Não me cativou.
    Bjs

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    1. Também acho isso Silvia. Mas o protagonista é pior!

      abraço

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