segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crítica: Falcão Negro em Perigo | Um Filme de Ridley Scott (2002)


Em outubro de 1993, os Estados Unidos da América interveio na Guerra Civil da Somália enviando um grande contingente de soldados para dar suporte através de comida e ajuda humanitária para a população abandonada a própria sorte. Em uma ação paralela, cerca de 100 soldados foram enviados para capturar dois generais do exército somaliano do regime do ditador Mohamed Farrah Aidid em uma operação que em teoria não se apresentava um desafio. Contudo, quando dois helicópteros Black Hawk foram abatidos por atiradores do exército local, começa um grande conflito entre soldados americanos e radicais somalis que se perpetuou em batalha pela sobrevivência que durou por mais de 15 horas e resultou em centenas de mortes. "Falcão Negro em Perigo" (Black Hawk Down, 2002) como todo filme produzido por Jerry Bruckheimer é tecnicamente impecável: tem sonoridade e apelo visual de contornos marcantes. Ultrapassada a barreira da necessidade de uma produção convincente, esse filme é preenchido com a condução de um cineasta que demonstrou através de sua filmografia, que tem apreço por retratar conflitos armados, desde o medieval (O Gladiador, 2000), aos modernos círculos militarizados (Até o Limite da Honra, 1997) ou (Rede de Mentiras, 2008) da sociedade contemporânea. O diretor Ridley Scott é o elemento imprescindível que organiza e condiciona todo o ambiente brutal desse evento em uma exibição bem realizada que transporta o espectador para a ação. 


Baseado no livro de Mark Bowden, acompanhamos através do roteiro de Ken Nolan as consequências de uma equivocada operação militar baseada em fatos verídicos. Com uma retratação focada no caótico ambiente em questão, a narrativa presa por uma retratação visual realística e ao mesmo tempo brutal. Perde carisma pela apresentação de uma série de clichês batidos, ao mesmo tempo que não desenvolve uma história relevante que margeie de modo significativo a premissa. Apesar de um elenco repleto de experientes atores (Josh Hartnett, Eric Bana, Tom Sizemore, entre outros), a direção de Scott não se aprofunda em explorá-los, se restringindo apenas em conduzir o espectador por um campo de guerra explosivo e violento. Com um tom exageradamente patriótico, a narrativa cujo lema "não deixaremos ninguém para trás" se mostra filosoficamente maravilhosa, mas que na prática, somente irá gerar mais baixas de soldados devido à feitos heroicos despreparados. Perde pontos por causa desse aspecto que mina a funcionalidade desse longa: o fato das rédeas criadas pelo roteiro que prioriza uma retratação solene da luta pela sobrevivência dos soldados, mas não cria uma drama cinematográfico importante. Se os fatos ganham contornos eficazes, há uma séria falha na construção de uma ficção dramática original que ligue o espectador com a produção. Por fim, "Falcão Negro em Perigo" se mostra um fluente espetáculo visual recriado brilhantemente em detalhes. Todo caos bélico da ação ganha uma condução que no fundo não passa de uma veneração a supremacia americana sobre outro povo - querendo ou não, ainda assim trata-se de uma demonstração de uma surra que a ofensiva levou dos somalis por subestimá-los. Além disso uma justificativa indireta para incursão militar americana em outra nação. Se não fosse pelas qualidades técnicas, essa produção seria um tiro no pé dos envolvidos.     

Nota:  6,5/10

2 comentários:

  1. Eu gostei mais do filme, lógico que pelas cenas de ação, já que os personagens são apenas detalhes para o show na parte técnica.

    A história é realmente é uma das grandes derrotas militares dos Estados Unidos.

    Abraço

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    1. O filme é pura panfletagem americana... mas bem feita rsrsrs

      abraço

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