sábado, 25 de maio de 2013

Crítica: Império dos Lobos | Um Filme de Chris Nahon (2005)



Sempre fui fã de diretores, filmes e o estilo europeu de se fazer cinema, e em especial o estilo francês de realizar produções bacanas de forma única. Portanto em uma época onde Hollywood não sabia mais o que inventar para fazer thrillers originais que resgatassem o gênero do descredito em que caiu (resultado de uma infinidade de longas esquecíveis) o diretor francês Chris Nahon, sediado na França, se dava muito bem em reciclar boas ideias do “tio Sam”  de forma mais envolvente. O filme "Império dos Lobos" (L´Empire des Loups, 2005) dirigido por Chris Nahon, o mesmo diretor do filme “O Beijo do Dragão”, desenvolve duas tramas simultaneamente nesse competente suspense. Um obstinado policial investiga um suposto caso de assassinatos em série, onde as vitimas eram três imigrantes turcas que trabalhavam clandestinamente em ateliês de costura em Paris, quando foram brutalmente mutiladas. Esse policial, perdido sem respostas, pede ajuda a um colega aposentado (Jean Reno), famoso no submundo do crime por seus métodos nada ortodoxos de lidar com criminosos tamanha violência que utiliza para obter as respostas que busca. Ao mesmo tempo Nahon desenvolve uma trama paralela em torno de uma mulher desequilibrada  atormentada por alucinações e uma inexplicável amnésia. A poucos minutos do fim desse longa, sua existência se justifica pelo surpreendente desfecho do roteiro bem conduzido. 

O roteiro é baseado na obra de Jean-Christophe Grangé, também autor de outros sucessos da filmografia de ação francesa, como: "Rios Vermelhos" e "Vidocq". O roteiro é bem composto por vários elementos, desde o expressivo fundo político e social, a inserção de uma envolvente trama policial que cresce surpreendente em volta do protagonista. Além das motivações pessoais de cada personagem e de como elas se cruzam na resolução dos crimes, sua trama prende a atenção do espectador pela tensão e o firme clima de suspense incrustado em sua narrativa – sombrio e com fortes cenas de violência e crueldade. Cada elemento cumpre seu papel num tempo adequado dentro da trama maior. Porém, o ponto alto desse filme é justamente o que seria o defeito de qualquer produção americana. Todos os macetes, clichês, sequências óbvias, personagens caricatos e excentricidades do gênero estão inegavelmente bem acabadas em função da qualidade dos recursos técnicos aplicados pela produção, que tem um funcionamento redondo deixando toda trama alinhada e em perfeita sintonia. "Império dos Lobos" é um bom exemplo de fita que os franceses tem se especializado cada vez mais em fazer – produções de baixo orçamento com ares de superprodução. Um programa interessante para apreciadores das outras transposições cinematográficas de Grangé.

Nota: 7,5/10


6 comentários:

  1. Também gosto do estilo europeu utilizado no gênero policial.

    Ainda não tive chance de ver este filme, mas gostei muito de "Rios Vermelhos", além de outros exemplos menos conhecidos, como a produção belga "O Caso Alzheimer".

    Abraço

    Abraço

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    1. Os filmes da franquia "Busca Implacável" também são bons exemplos de produções expressivas. Esse "O Caso Alzheimer" não conheço, mas fico com a dica.

      abraço

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  2. Também gosto muito do chamado "cinema europeu".
    Muito bom blog, parabéns!
    Abraço,
    Madalena

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    1. Que bom Madalena! Fico contente em saber. Também fico contente em saber que apreciou meu trabalho. Obrigado!

      abraço

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  3. Ultimamente está difícil mesmo de achar um thriller americano que preste. "Império dos Lobos" eu não conhecia, mas gosto de "Rios vermelhos" e especialmente do Jean Reno. Mais uma boa dica ;)

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    1. Eu assisti um noroegues muito bom chamado "Headhunters" (2011) que vale ser conferido. Tem uma história legal e algumas reviravoltas bem interessantes. Deixo a dica.

      abraço

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