sábado, 4 de maio de 2019

Crítica: Operação Fronteira | Um Filme de J.C. Chandor (2019)


Após anos tentando derrubar um perigoso chefe de um cartel de drogas da América do Sul, de modo oficial, o veterano Santiago ‘Pope’ Garcia (Oscar Issac) reúne uma esquadrão de cinco veteranos das forças especiais depois do surgimento de uma promissora possibilidade dada por uma informante. O plano é roubar alguns milhões de dólares que estão sendo guardados em uma fortaleza na floresta e eliminar o intocado traficante sem deixar rastros. Porém durante a fuga surgem inesperadas complicações que acabam prejudicando a fuga e pondo suas vidas em risco. “Operação Fronteira” (Triple Frontier, 2019) é uma produção estadunidense de ação escrita por Mark Boal e J.C. Chandor e também dirigida por J.C. Chandor, sendo seu quarto longa-metragem como diretor após “Margin Call: Um Dia Depois do Fim”, de 2011, “Até o Fim”, de 2013 e “O Ano Mais Violento”, de 2014. Lançado pela Netflix em 6 de março de 2019, o filme é estrelado por Oscar Issac, Ben Affleck, Charlie Hunnam, Garrett Hedlund e Pedro Pascal. Reunindo algumas boas ideias trazidas por um roteiro ardiloso, um elenco bem escolhido e um conjunto de cenas bastante movimentadas que nos fazem torcer pelo grupo dispensando julgamentos morais, talvez J.C. Chandor não esteja entregando um de seus melhores filmes, mas um bom filme sobre uma base teórica muito simples.


Operação Fronteira” não passa de um filme de roubo qualquer e muito parecido com milhares que já foram realizados. Seguindo uma fórmula cinematográfica comum, os planos da execução do roubo em primeira instância são impecáveis, didaticamente explicados ao espectador e realizados com o típico rigor técnico de produções estadunidenses respeitadas. Os movimentos de câmera, os procedimentos militarizados e os desempenhos são minuciosamente calculados para trazer ao espectador o máximo de realismo e sintonia com a proposta arquitetada. Mas por uma estratégica decisão do roteiro, lançado aos olhos atentos do espectador no momento certo da trama, o esperado e absoluto sucesso envereda previsivelmente para o fracasso e sorrisos desaparecem formando-se seguidamente semblantes preocupados. Dali para frente é só ladeira abaixo. Porém o elenco convence sem fazer força e a história que mexe com a profundidade dos interesses pessoais do grupo de mercenários é bem explorada sem favoritismos, dando um diferencial ao enredo. Algo que eleva o resultado de “Operação Fronteira”, além do fato de que J.C. Chandor elabora uma quantidade suficiente de cenas de ação para uma operação militar ligeiramente minimalista.  Além de fazer um trabalho de câmera eficiente e dotado de um ritmo adequado, há também uma adição de uma trilha sonora cool exibida na primeira parte.

“Operação Fronteira” é bem feito, indicado para apreciadores do gênero de filmes de assalto. O fato de o filme ainda tentar emplacar uma mensagem que serve como uma lição de moral sobre as consequências negativas, mesmo que não intencionais, das intervenções militares em outros países é um bônus para o espectador. Uma curiosidade: o título original do filme em inglês se refere a Tríplice Fronteira, conhecida por ligar as fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai. Numa ligeira passagem, o grupo passa por uma placa fazendo menção ao Brasil e atravessando a provável fronteira do Paraguai.

Nota:  7/10

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