quinta-feira, 11 de abril de 2019

Crítica: Robin Hood: A Origem | Um Filme de Otto Bathurst (2018)


Robin de Loxley (Taron Egerton) é um nobre que foi recrutado para lutar nas cruzadas pelo xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn).  Retornando da terceira cruzada contra os sarracenos, o jovem lorde vê o seu povo e a sua terra a beira do completo caos. O povo está passando fome, terras foram confiscadas arbitrariamente e a cobrança de impostos estava ultrapassando os limites do que era suportado pela população. Assim Robin, aliando-se ao mouro Little John (Jamie Foxx), os dois traçam um perigoso plano para reaver dos ricos e poderosos o dinheiro que roubaram do povo para financiar um plano de conspiração contra a coroa. “Robin Hood: A Origem” (Robin Hood, 2018) é uma produção de ação e aventura escrita por Ben Chandler e David James Kelly e dirigida pelo diretor britânico Otto Bathurst (conhecido por seu envolvimento nas séries “Black Mirror” e “Peaky Blinders). Baseado no famoso conto do ladrão que rouba dos ricos para dar aos pobres, essa produção tinha a ambição de fazer uma releitura arrojada do material original. No entanto, ao apresentar uma história limitada, injetar artifícios narrativos modernos e cenas de ação elaboradas em seu enredo com um propósito unicamente comercial, Otto Bathurst apenas entrega um filme pretensioso que se mostra apenas completa perda de tempo para o espectador.


Robin Hood: A Origem” faz de “Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões”, um filme de 1991 dirigido por Kevin Reynolds e estrelado por Kevin Costner, Morgan Freeman e Mary Elizabeth Mastrantonio parecer fenomenal. Ambos têm em comum uma proposta comercial em sua essência, porém “Robin Hood: A Origem” adiciona uma série de ideias inovadoras e soluções equivocadas que destoam da base literária de seu material. Eu diria que os excessos que fazem dessa produção o fiasco que é, são os mesmos que fizeram de outro conto bastante conhecido mundialmente, o “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, longa-metragem dirigido por Guy Ritchie e estrelado por Charlie Hunnam e Jude Law um desastre de crítica: a pretensão. Seus enredos não se mesclam aos estilos narrativos propostos pela produção com naturalidade, e embora proporcionem momentos de emoção visual apurado, esses mesmos carecem de uma ambientação e atmosfera de acordo com o conhecimento público. Nem sempre velhas histórias conseguem ser melhoradas apenas dando novos contornos. Sendo assim, Otto Bathurst entrega um filme pobre de ideias, de ação explosiva e exagerada onde desperdiça a reputação de atores como Jamie Foxx e não aproveita muito o carisma de seu jovem protagonista, o ator Robin de Loxley, como deveria. Além do mais, mediocriza seu elenco de apoio.

Em sua introdução, uma narração em off avisa o espectador de “Robin Hood: A Origem”: ”Esqueça a História. Esqueça tudo que ouviu até agora”. Considerando o negativo resultado desse longa-metragem, esse pedido dado no inicio da projeção vale para esse filme também. Outra coisa: se havia a pretensão de se iniciar uma espécie de franquia através desse filme, depois um enorme fracasso de bilheteria e uma enxurrada de críticas fazendo menções odiosas a sua qualidade, certamente que essa iniciativa parou por aqui mesmo.

Nota:  4/10

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