quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Crítica: Sicario: Terra de Ninguém | Um Filme de Denis Villeneuve (2015)


Em Chandler, no Arizona, um território fronteiriço entre os Estados Unidos e o México, os agentes do FBI, Kate Macer (Emily Blunt) e Reggie Wayne (Daniel Kaluuya) lideram uma invasão da SWAT em uma casa comandada pelo cartel de drogas mexicano. Dentro da casa, a equipe descobre dezenas de cadáveres e uma traiçoeira armadilha que mata dois policiais em serviço. Após o ataque, o chefe de Kate, Dave Jennings (Victor Garber) a recomenda para uma força-tarefa que vai trabalhar em conjunto com a CIA, sob o comando do oficial, Matt Graver (Josh Brolin) para capturar um poderoso traficante mexicano do Cartel de Sonora, Manuel Díaz. A CIA é auxiliada pelo enigmático Alejandro Gillick (Benicio Del Toro), e Kate se vê oprimida pela confusa e perigosa luta contra os cartéis de drogas, a fazendo se questionar quanto a tudo que dava como certo. “Sicario: Terra de Ninguém” (Sicario, 2015) é um drama policial estadunidense escrito por Taylor Sheridan e dirigido por Denis Villeneuve. Lançado no Festival de Cannes, em 2015, essa produção é estrelada por Emily Blunt, Josh Brolin e Benicio Del Toro. Lançando um olhar audacioso carregado de tensão e mistério que é montado sobre um inteligente quebra-cabeça, Dennis Villeneuve entrega um dos melhores filmes de 2015. 

Sicario: Terra de Ninguém” é o que supostamente filmes como: “Selvagens”, de Oliver Stone e “O Conselheiro do Crime”, de Ridley Scott; almejavam ser para o grande público e não conseguiram nem sequer uma possível aproximação. “Sicario: Terra de Ninguém” é um retrato impactante sobre os bastidores do narcotráfico mexicano como poucos filmes ficcionais conseguiram. Pois o roteiro de Taylor Sheridan vai além, e aborda de forma inteligente, vários outros aspectos que margeiam esse cenário intimidador. Sua narrativa que usa com sabedoria os grandes nomes do elenco é um bom exemplo de suas competências. Sua estrutura é muito mais genial do que se poderia imaginar. A inexperiente Kate, interpretada pela talentosa Emily Blunt, é a presença do espectador em cena. Confusa, perdida e constantemente assombrada pelos perigos da missão, as suas reações são presumidamente muito semelhantes a dos espectadores. O efeito de emersão proporcionado pela produção é impecável. Enquanto isso, Matt Graver, interpretado por Josh Brolin é a sabedoria da experiência e do conhecimento exclusivo que instrui na medida do possível a trajetória de Kate, e consequentemente a do espectador. As informações que ele lança na tela são novidades, tanto para Kate quanto para o espectador. Mas a grande sacada repousa no personagem de Alejandro, interpretado por Benicio Del Toro. Ele é o personagem que detêm as surpresas, as revelações e os momentos mais claustrofóbicos do enredo. Mesmo com poucos diálogos, sua presença de tela é incrível e vital para o sucesso dessa produção.

O cineasta Denis Villeneuve se destacou com seu “Incêndios”, em 2011, e surpreendeu o mundo com seu “Os Suspeitos”, em 2013. Embora “O Homem Duplicado”, também de 2013, inspirado em um romance de José Saramago tenha dividido opiniões por sua estética e foco experimental e pouco acessível ao grande público, a sua obra que se propõe a buscar uma abordagem realista de alguns aspectos nefastos que estão presentes no combate ao tráfico de drogas entre os Estados Unidos e o México é irretocável. De atmosfera bem elaborada, direção de fotografia inspirada, trilha sonora profunda e dono de inúmeras imagens de grande impacto aos olhos e aos sentidos, “Sicario: Terra de Ninguém” esbanja qualidades técnicas em sua história inquietante. Uma história brilhantemente protagonizada que sob uma condução formidável, deixa uma grande expectativa pelo futuros projetos cinematográficos Denis Villeneuve.

Nota:  9/10


4 comentários:

  1. Denis Villeneuve é um dos melhores diretores que surgiram na última década.

    Este longa mostra a sujeira dos dois lados na chamada "Guerra contra das drogas".

    Filmaço

    Abraço

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  2. Excelente crítica, muito obrigada por compartilhas a suas palavras. Eu também achei um filme ótimo. A história que tem é boa, não? Sinceramente os filmes desse gênero não são os meus preferidos, mas devo reconhecer que este filme superou minhas expectativas. Na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de Denis Villeneuve além de Blade Runner filme que eu vi no ano passado. Mais que filme de ação, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Desfrutei muito deste filme pelo bom enredo e narrativa que tem. É uma historia que vale a pena ver.

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    1. Blade Runner também tem o seu brilho no gênero em que habita. Show!

      bjus

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