quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Crítica: O Último Verão | Um Filme de Ryan Schwartz (2016)


As vésperas do início da faculdade, oito jovens que passaram juntos um bom tempo do ensino médio, se reúnem a beira de uma praia californiana para curtir o último dia de verão. Entre brincadeiras descompromissadas, cervejas, reflexões profundas e muito bate-papo, o dia seguinte é esperado com muitas incertezas por esse pequeno grupo de jovens que estão prestes a virar uma página muito importante de suas vidas. “O Último Verão” (Summer of 8, 2016) é um drama juvenil estadunidense escrito e dirigido por Ryan Schwartz. Sua estreia na direção de um longa-metragem, o filme é estrelado por Carter Jenkins, Michael Grant, Matt Shively, Nick Marini, Shelley Henning, Bailey Noble, Rachel DiPillo e Natalie Hall. Ingênuo, nostálgico e vazio de autenticidade, o trabalho de estreia de Schwartz desperdiça um elenco de algum potencial devido a seu roteiro desconectado com a realidade contemporânea da juventude. Embora o cinema indie tenha certas iniciativas cinematográficas que devem de algum modo ser estudadas com mais cuidado antes de receber uma definição, esse certamente não é caso dessa produção que não diz ao veio e para onde queria ir.

É curioso ver que “O Último Verão” se utiliza de oito jovens para retratar um único personagem. Todos são muito parecidos, pois são bonitos, relativamente educados e não apresentam problemas reais em suas trajetórias de vida, o que não os permite de forma alguma representar a juventude de hoje. Embora as atuações sejam válidas e se mostrem de várias formas atraentes ao que o roteiro de Schwartz se propõe a discutir, o enredo se mostra uma perda de tempo. As divagações isoladas de um, e as discussões conjuntas de todos conferem ao espectador um mero passa tempo de pouca sabedoria e de resultado pouco usual. De certo modo, toda a história é marcada de alguma artificialidade e muito romanceada para dar espaço a certos dilemas insolúveis que não representam os questionamentos de uma juventude realista. Somente o fato dos oito jovens estarem as vésperas do primeiro dia da faculdade já é de causar estranheza. Quanto mais ainda, quando quase todos estão com as mesmas dúvidas assombrando suas mentes. Em contrapartida, o estranho é que os diálogos fluem com naturalidade pela tela, isso pelas qualidades do elenco ou pela atmosfera suave da produção. É inegável que o filme é bem capturado pela câmera, que na montagem articula todas as ações de forma a não se perder nada. A direção de fotografia, que confere contornos belíssimos ao litoral em que se passa todo o enredo é outro acerto dessa produção.

Porém, “O Último Verão” se mostra uma ligeira farsa, pois complica os momentos corriqueiros da vida e não impõe uma tensão autentica a seus personagens. Mesmo com toda a química que rola entre o grupo, conferindo credibilidade a essa amizade de longa data que representam ter, o roteiro usa esse famigerado dia de sol e areia equivocadamente. Isso porque, ao invés de apresentar o início de uma importante jornada de descobertas, sem deixar o espectador entediado com as revelações, o roteiro tenta sem sucesso valorizá-las ao máximo. Uma ingenuidade achar que uma trama tão projetada e agridoce quanto essa poderia agradar uma parcela significativa de público.

Nota:  5/10

4 comentários:

  1. Este tipo de história sobre o final de um ciclo já rendeu vários bons filmes.

    Este eu não conhecia, mas pelo seu texto e o elenco desconhecido que parece ter saído de um comercial de tv, vou deixar passar.

    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Respostas
    1. Eu achei um filme de pouca força. Poderia render mais com uma abordagem mais audaciosa.

      abraço

      Excluir