quinta-feira, 21 de maio de 2015

Crítica: Golpe Duplo | Um Filme de Glenn Ficarra e John Requa (2015)


Nicky Spurgeon (Will Smith) é um vigarista profissional de um talento impressionante. Roubar, iludir, mentir e aplicar golpes complexos é sua especialidade. Sua e de sua equipe. Ele é o chefe de uma enorme quadrilha de outros experientes golpistas que saem pela cidade aplicando golpes e inúmeros furtos por onde passam sem deixar rastros ou migalhas as suas vítimas. Por acaso uma jovem garota, Jess (Margot Robbie) uma aspirante ao crime cruza o seu caminho de Nick, e após uma avaliação prática passa a integrar a equipe por um pequeno espaço de tempo antes de ser demitida do grupo após um milionário golpe. Entretanto o seu afastamento não ocorre por nada. Quando Jess começa a mexer de verdade com o coração de Nicky, a reação de afasta-la torna-se a solução inevitável. Mas quando alguns anos depois, quando Nick envolvido em um novo grande golpe voltar a cruzar com ela, os demônios de sua relação com Jess voltam a atormentar suas decisões e o sucesso de seu trabalho. “Golpe Duplo” (Focus, 2015) é uma produção estadunidense de ação, comédia e romance escrita e dirigida por Glenn Ficarra e John Requa (responsáveis pela direção da comédia “Amor a Toda Prova). O trabalho de ambos os realizadores é previsivelmente divertido, inventivamente limitado e de condução ágil e ritmo acelerado. Essa produção entrega boas doses de entretenimento escapista com requintes e o verniz do cinema moderno feito sob medida para agradar. Na mesma linha de “Truque de Mestre” e “Onze Homens e um Segredo”, “Golpe Duplo” tem o seu charme, embora não faça frente a outros grandes filmes protagonizados por exímios golpistas.


Golpe Duplo” tem um desenvolvimento que simplesmente deslancha em tela, e mesmo que patine em alguns aspectos consegue prender a atenção com um bom nível qualidade. Isso porque tudo se completa de forma projetada, com os requintes de produção bem feita que combina recursos técnicos e estéticos com grande funcionalidade. O roteiro é mais do ajustado ao que se propõe. E se às vezes isso soe forçado aos sentidos, esse maniqueísmo também se mostra necessário à proposta (um diálogo a certa altura vai ganhar uma materialização visual em outro ponto da trama, como um mero figurante numa mesa de poker que acaba de perder uma mão milionária ganha funcionalidade em outra cena chave). Mas não se trata somente de um filme de brilhantismo técnico que segue uma receita cinematográfica dada como certa para o sucesso. A dupla composta por Will Smith e Margot Robbie funciona de modo genial, um diferencial de efeito primoroso dentro do gênero no qual habita, conferindo clima glamoroso ao crime e uma atmosfera de realismo a ação que está repleta de reviravoltas surpresas bem efetivadas. A mentira e a verdade ganham sobressaltos em tela que chamam a atenção. Curiosamente Rodrigo Santoro, uma das figuras de destaque da trama consegue uma interpretação dentro dos parâmetros esperados para uma produção do quilate desta, como a perspectiva didática do crime que combinada com boas doses de humor intensificam as reações positivas em relação ao conjunto da produção. Relevando a escolha de título clichê dada à versão nacional desse filme, “Golpe Duplo” tem o seu brilho, mesmo que essa glamorização do crime soe pouco original e inquestionavelmente batida. Vale como entretenimento leve e descompromissado.

Nota:  7/10

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