sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Crítica: Rambo 4 | Um Filme de Sylvester Stallone (2008)


O condecorado soldado americano John Rambo (Sylvester Stallone) sobreviveu a muitas provações em sua vida, após anos envolvido nos mais sangrentos conflitos armados do mundo, e desde então vive numa região remota da Tailândia de um modo pacato. Caçando cobras para moradores locais e transportando pessoas pelos extensos rios da região, um grupo de missionários cristãos em missão de paz o contrata para viajar pelo rio em direção da Birmânia, uma região que se tornou uma perigosa zona de guerra comandada por um ditador militar que tem aterrorizado sem descanso camponeses e agricultores indefesos. Quando os missionários são sequestrados por tropas birmanesas a serviço do ditador, Rambo sai em sozinho numa missão de resgate e declara guerra contra todos os opressores. “Rambo 4” (Rambo, 2008) é uma produção de ação baseada no icônico personagem do romance de David Morell lançado em 1972. Mas a fama do personagem saiu do resultado de três longa-metragens (“Rambo – Programado para Matar” de 1982, “Rambo II” de 1985 e “Rambo III” de 1988) que lhe conferiu um precioso sucesso dentro de círculos da cultura pop e criou um subgênero de filmes de ação intensa que preponderou na década de 80 onde se resumia na força de um homem só contra um exército. Mesmo que a crítica especializada crucifique Sylvester Stallone por entregar um filme sem novidades, que sequer se esforce em fazer rodeios dramáticos, o astro entrega o filme que se esperaria dele: exagerado, frenético e com um empilhamento infinito de corpos ao longo de sua duração.


Rambo 4” possui um aspecto que dependendo do espectador, pode ser visto como qualidade ou defeito. Com uma introdução rápida e exótica sobre a condição atual do personagem principal, como o ambiente e as circunstancias que o margeiam, Sylvester Stallone passa a entregar o material que seus fãs esperam de um típico exemplar da franquia do personagem que veste com orgulho a camisa de uma extensa leva de personagens oitentistas que muito bem podem ser rotulados como “o exército de um só”. Quando Rambo entra em ação, não tem para ninguém. Embora Stallone esteja longe de ser um realizador autoral ou até mesmo habilidoso com a câmera, ele consegue extrair do material teórico (do raso roteiro dele próprio e Art Monterastelli) boas sequências de ação, violentas e ágeis sem firulas, essas extremadas de uma forma mais do que esperada por fãs sedentos de sangue e ainda assim fascinante. Essa produção não possui requintes de superprodução, mas também não se firma no terreno de produções B. Embora a motivação patriótica tenha se valorizado nos filmes anteriores, aqui ela se encontra apagada, deixando apenas espaço para um homem que tem a condição de fazer a diferença em nome do que é certo (salvar os inocentes e indefesos de um ditador genocida). É a simplicidade aliada a nostalgia que funciona de modo redondo. Por fim, “Rambo 4” é materialização de um desejo de seu realizador de reviver a glória do passado (essa estendida na franquia “Os Mercenários” reiniciada em 2010). Mesmo tendo uma carga dramática menor do que nos filmes anteriores, essa produção entrega uma violência gore competente, divertida pelos exageros e com Stallone seguro do que realmente pode o fazer ter sucesso de verdade.

Nota:  7/10

4 comentários:

  1. Tirando o 1° filme, o restante eu não curti.
    Abraço

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  2. O original é sensacional como filme de ação e tem até uma boa história, mesmo sendo simples.

    Os outros três são bons filmes de ação apenas.

    Abraço

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    Respostas
    1. Talvez seja inquestionável a superioridade do primeiro filme diante das sequências, embora eu particularmente aprecio muito o terceiro episódio, até mais do que o quarto filme. Isso por sua retratação do período da história em que se passa os acontecimentos. Os eventos ocorridos no terceiro filme, mostra um aspecto curioso da história, quando o grande vilão do mundo era a antiga União Soviética, e os EUA trabalhavam numa parceria muito forte com o Afeganistão para impedir sua supremacia militar (evidentemente com exageradas liberdades criativas características dessa franquia).
      Vendo as coisas como estão hoje, é curioso notar o rumo que história tomou durante a década de 90 e nos levou ao 11 de setembro. Mas esse é um aspecto que eu aprecio de modo particular, é claro.

      abraço

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