sábado, 6 de dezembro de 2014

Crítica: November Man: Um Espião Nunca Morre | Um Filme de Roger Donaldson (2014)


Pierce Brosnan não é nenhum novato no gênero da espionagem. Depois de interpretar o agente James Bond em quatro produções da cinesérie 007, onde inclusive obteve até certa altura muitos elogios, o ator esteve nos últimos anos meio afastado desse gênero. Por isso, não deixa de ser uma surpresa aos espectadores atentos a sua carreira vislumbrarem esse retorno. “November Man: Um Espião Nunca Morre” (November Man, 2014) é um thriller de espionagem e ação baseado na obra literária de Bill Granger (adaptado por Michael Finch e Karl Gajdusek) e conduzido por Roger Donaldson, antigo conhecido de Brosnan (os dois trabalharam juntos em “Inferno de Dante” de 1997). Donaldson também não é nenhum iniciante no gênero dos thrillers de espionagem, sendo que ele dirigiu o funcional “O Novato” (2003), estrelado por Al Pacino e Colin Farrel e que tinha sua trama rolando nos bastidores da CIA em um jogo de conspiração onde nada era o que parecia. Aliando a habilidade do diretor em conduzir tramas de conspiração de modo positivo com o carisma do protagonista, “November Man” não é que até convence bem. Em sua trama acompanhamos Peter Deveraux (Pierce Brosnan), um agente da CIA aposentado que mantem viva na memória uma fracassada missão onde um inexperiente agente, David Mason (Luke Bracey) comete um erro trágico. Alguns anos depois, Deveraux é recrutado para uma missão de resgate de uma informante que detêm informações preciosas do presidente da Rússia, Arkady Federov (Lazar Ristovski) sobre crimes de guerra. No entanto tudo sai errado e Deveraux se envolve numa trama de conspiração onde uma assistente social, Alice Fournier (Olga Kurylenko) pode ser a chave para provar sua inocência e levar os verdadeiros à justiça.


November Man: Um Espião Nunca Morre é um thriller de espionagem que tem a estética ligeiramente realista que tem predominado nas produções do gênero (a mesma que tem sido adotada pela franquia 007). De atmosfera bem desenvolvida e ritmo ágil, seu desenvolvimento prende a atenção do espectador de forma eficiente. Embora a ação não seja impressionante por não conseguir apresentar nenhuma novidade visual ou narrativa, e seu enredo ser um amontoado de clichês batidos, Roger Donaldson aproveita todo potencial da presença de seu protagonista, que a muito não entrega a seus fãs um desempenho tão intenso como nessa produção. Pierce Brosnan tem carisma, o charme e passa a credibilidade de saber do que está falando em tela, como também convence em suas abordagens mais violentas do que se podia esperar de seu personagem. Na verdade, Brosnan é o maior trunfo dessa produção. Embora o personagem de Luke Bracey em seu embate contra Brosnan venha gerar bons momentos de interpretação para o jovem ator, e Lazar Ristovski componha um criminoso ameaçador crível, o agente Deveraux rouba a cena ofuscando inclusive a presença da belíssima Olga Kurylenko já infelizmente prejudicada pelo roteiro que lhe confere grande importância sem um fundamento bem elaborado. Sobretudo, November Man: Um Espião Nunca Morre tem tudo que se julga necessário em teoria num filme de espionagem convencional: reviravoltas na trama, traições eminentes, shows pirotécnicos e perseguições para incitar as mais variadas emoções no espectador. Ainda que a trama procure abraçar mais elementos do que é possível condensar em sua duração e busque ser mais do que é, como geralmente é de costume em produções desse gênero (vejam “Jack Ryan Operação Sombra), esse retorno de Brosnan ao ramo da espionagem se mostra bem agradável.

Nota:  7/10


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