quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Crítica: O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro | Um Filme de Marc Webb (2014)


A maior batalha de Peter Parker (Andrew Garfield) sempre foi àquela luta diária com sua consciência. Suas responsabilidades como super-herói sempre se rivalizaram com a rotina de responsabilidades de Parker como um simples cidadão. Salvar a cidade de Nova York de ameaças em potenciais nem sempre se mostraram um desafio tão preocupante para Parker quanto manter em paralelo a harmonia em sua vida pessoal. E com uma inevitável instabilidade rodeando seu relacionamento com Gwen Stacy (Emma Stone), o ressurgimento de um antigo amigo de Parker, o herdeiro da Oscorp, Harry Osborn (Dane DeHaan) e a aparição de um novo e poderoso vilão, Electro (Jamie Foxx), o Homem-Aranha terá uma difícil batalha que vai requer dele forças e convicção de suas escolhas para continuar sua jornada solitária de heroísmo. “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” (The Amazing Spider-Man 2, 2014) é uma produção cinematográfica de ação e aventura escrita a três mãos (por Alex Kurtzman, Roberto Orci e Jeff Pinkner) e dirigida por Marc Webb, também responsável pelo reinício da franquia iniciada em 2012. Se o longa “O Espetacular Homem-Aranha” foi uma produção que dividiu plateias pelo mundo, essa sequência, embora não seja dotado de melhoras unânimes se mostra inegavelmente superior ao primeiro longa. Alguns aspectos que Marc Webb antes apenas sugeriu querer abordar no desenvolvimento do heroico personagem aracnídeo, como algumas verdades sobre quem eram os pais de Peter Parker, sendo que era de conhecimento público (graças ao sucesso da franquia dirigida por Sam Raimi entre 2002 a 2007), que ele foi praticamente criado pelos tios, seu realizador consegue entregar um filme simplesmente superior às expectativas que se poderia ter de uma sequência oriunda de uma refilmagem que muitos a julgavam como precoce, se mostrando muito mais autossuficiente do que o anterior.


Se há algo interessante no trabalho de Webb, essencialmente em “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, é que sua visão do personagem está muito diferenciada do trabalho de Raimi. Menos alegórico e colorido do que o trabalho de Raimi, e sem se firmar assumidamente no terreno explorado por Christopher Nolan na franquia Batman, Webb entrega um filme de fórmula precisa dono de bons momentos visuais e dramáticos. Inclusive, esse investimento maior na dramaticidade é um ganho significativo a narrativa que no gênero no qual habita, busca metodicamente se apoiar mais em atributos visuais. Essa produção acerta em cheio no equilíbrio. Com um elenco bem sintonizado no enredo, com destaque para Dane DeHaan e seu sinistro Duende Verde, o ator vem a ser o personagem mais fascinante e infelizmente, menosprezado pelo desenvolvimento. Mesmo que Andrew Garfield seja a grande figura da trama, isso com ou sem máscara (e muito mais carismático do que anteriormente fazendo da tarefa de combater o crime tão divertida quanto perigosa), como Emma Stone é de um grande talento que confere delicadeza e uma importância vital a trama, que acaba gerando um dos melhores momentos do filme na decisão. Enquanto Jamie Foxx, de fã incondicional do herói a uma grande ameaça ao povo de Nova York (ainda que se mostre pouco ameaçador e até mesmo boboca em algumas passagens), Dane DeHaan rouba a cena a cada aparição e surge acertadamente como um vingativo oponente para dar um gás a um terceiro episódio dessa franquia. E se as cenas de ação e os efeitos visuais tem um acabamento genial de qualidade impecável típica de filmes desse gênero (e de exclusiva responsabilidade da Marvel), é na atmosfera dramática e nas profundezas psicológicas dos personagens que Webb ganha o espectador. Isso sem mencionar que “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” possui ótimos momentos de humor que fazem dessa produção um produto acessível e inegavelmente divertido como deve ser.

Nota:  8/10     
    

6 comentários:

  1. Apesar das críticas, adorei o filme e a forma como tem sido conduzido a franquia.

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    1. Também vi algumas negativas, mas não me deixei influenciar por elas. O filme está bem divertido, desde a sequencia inicial ao confronto com Paul Giamantti.

      abraço

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  2. Também fiquei satisfeito com esse filme. É divertido pra caramba e os personagens mais importantes são muito bem tratados.

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    1. Que bom que gostou. Espero que as melhoras continuem gradativas, sendo que isso seria inédito em si tratando de filmes de super-heróis.

      abraço

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  3. Muito boa sua crítica, realmente o filme é incrível e dividiu muitas opiniões, mas como você citou, a sequência superou o original. E eu estava no aguardo para os spin offs e o terceiro filme, mas agora que ele migrou de estúdio, vamos ver se sai melhor que ás franquias de Raimi e Webb.

    Sua crítica foi espetacular, gostei bastante do seu blog.

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