quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Crítica: Em Transe | Um Filme de Danny Boyle (2013)


Simon (James McAvoy) é leiloeiro em uma famosa casa de leilão de obras de arte em Londres. Soterrado em dívidas, Simon vê em Franck (Vincent Cassel) a oportunidade de saldar suas dívidas, contanto que ele o ajudasse a armar um plano para roubar uma valiosa pintura de Francisco Goya (chamado de “Bruxas no Ar”) avaliada em vinte cinco milhões de libras. Mas durante o roubo, algo dá errado, onde a pintura desaparece e o responsável (Simon) após levar uma pancada na cabeça, desenvolve uma amnésia sobre o ocorrido fazendo do paradeiro da obra de arte um mistério. Levado a uma sessão de hipnose conduzida pela hipnoterapeuta Dra. Elizabeth (Rosario Dawson), intencionando resgatar sua memória sobre os acontecimentos posteriores ao assalto, ela faz um acordo com a quadrilha para ajuda-los. Porém, na busca pelo resgate dessa lembrança em especial, obstáculos se sobrepõem ao objetivo, fazendo da dificuldade de resgatar a memória de onde está à pintura o menor de seus segredos ocultos em sua mente. “Em Transe” (Trance, 2013) é uma viagem narrativa que somente poderia ser conduzida por um hábil condutor. Com uma trama mais esperta do que inteligente, Danny Boyle cria um thriller de suspense ágil e repleto de reviravoltas que dão sutis pistas dos percalços de seus personagens aos seus destinos.


Com uma premissa interessante, o roteiro de Joe Ahearne (responsável pelo filme exibido pela TV britânica em 2001 que serviu de base para essa produção) e John Hodge (com quem Boyle trabalhou em Cova Rasa, Trainspotting, Por Uma Vida Menos Ordinária e A Praia), aliado com a montagem de Jon Harris, Boyle constrói uma trama que mistura flashbacks, fantasias resultantes da hipnose e uma realidade permeada de segredos orquestrados com apuro. Focado no trio amoroso de seus protagonistas, James McAvoy se mostra uma escolha acertada por sua postura enigmática, enquanto Vincent Cassel compõe um personagem corriqueiro em sua filmografia, carregado de violência e de poucas amarras de integridade. E entre esses dois experientes atores, está Rosario Dawson em uma legítima atuação, permitindo que ela atue verdadeiramente, mesmo tendo algumas cenas de nudez gratuita, que de certo modo se explicam ao longo da duração do filme, mas que poderiam ser relevadas sem comprometer o conjunto. Apesar de algumas inconsistências (o “efeito” da hipnose sobre Simon e alguns problemas legais de Elisabeth com seu antigo namorado), essa produção se mostra um bom programa de entretenimento.

Em Transe” não detêm o brilhantismo de outras obras relevantes de Boyle (127 Horas, Trainspotting, Quem Quer Ser Um Milionário), mas mostra uma estrutura técnica fluente em sua proposta meramente comercial. Trata-se de uma produção propriamente realizada na sala de edição (cheia de cortes onde a realidade e a fantasia se misturam de modo confuso ao espectador menos atento as nuances da trama), e que, sobretudo, ganha força pela envolvente trilha sonora de Richy Smith.


Nota:  7,5/10


Trilha Sonora de "Em Transe": 'Here It Comes' de Emeli Sandé e Rick Smith 

4 comentários:

  1. Também vi falhas no roteiro, mas um detalhe chamou atenção.

    O sotaque escocês carregado de James McAvoy, que geralmente muda a voz diminuindo o sotaque nas produções americanas.

    Abraço

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  2. Assisti uma versão dublada do filme, onde o ator era dublado pelo mesmo profissional que o dublou em "O Procurado". Não sou fã de filmes dublados, mas gosto do resultado que o dublador confere ao ator. A propósito: gosto do ator James McAvoy, apesar de que "Irmãos de Sangue" o vejo como um desperdício de talento.

    abraço

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  3. Fiquei com vontade de assistir, amo o James e a Rosario. E filmes com suspense psicológicos e reviravoltas me intrigam. Muito legal sua resenha!

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    1. Espero que goste do filme. Tanto Rosario quanto McAvoy estão ótimos nesse filme.

      abraço e obrigado

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