quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Crítica: Sem Perdão | Um Filme de Niels Arden Oplev (2013)


Victor (Colin Farrel) é um homem soterrado de segredos. Determinado a conquistar a confiança de Alphonse (Terrence Howard) o líder de um grupo criminoso da cidade ao qual trabalha, ele não hesita em cumprir ordens, que inclui até matar. Sobretudo, quando se instala na organização criminosa um alerta de segurança que põe em risco a segurança do chefe, a lealdade de todos no grupo começa a ser questionada. Diante das circunstâncias delicadas na qual passa a organização, Victor acaba por conhecer sua vizinha de janela, Beatrice (Noomi Rapace), uma mulher cujo rosto ficou marcado por um acidente de carro no qual o responsável saiu impune. Diante da aparente fragilidade e desamparo dessa mulher, há uma pessoa verdadeiramente decidida a obter vingança sobre o homem que desfigurou seu rosto. Ao saber dos segredos de Victor, ameaçando divulgá-los ele concorda em ajudá-la em seu plano de vingança. Com um inesperado pacto de cumplicidade, ambos buscam ao seu modo, algo além da redenção que transformará suas vidas para sempre. “Sem Perdão” (Dead Man Down, 2013) é um thriller de suspense dirigido pelo dinamarquês Niels Arden Oplev (responsável pelo “Millennium Os Homens que não Amavam as Mulheres” na versão sueca), cuja produção se mostra uma engenhosa trama de vingança extremamente instigante. Eventos aparentemente desconexos vão lentamente se combinando em um desenvolvimento fascinante, que se alternam com momentos de suspense fortes, cenas de ação funcionais, reviravoltas inesperadas que levam a um clímax explosivo.


A vingança é um tema clássico do cinema constantemente revisitado por grandes ou regulares cineastas. Niels Arden Oplev consegue um resultado bem acima da média através dessa produção realizada pelos estúdios da WWE, que é geralmente responsável por produzir filmes B de baixa qualidade. Com um elenco fabuloso, Oplev consegue uma excelente interpretação de Colin Farrel, como nos bons tempos de “Por Um Fio” ou “Tigerland”. Seu personagem não se valoriza através de diálogos, mas por suas expressões que traduzem toda sua angustia diante das circunstâncias as quais está a sua volta. Agora Oplev, em sua segunda parceria com Noomi Rapace (com quem já havia trabalhado em “Millennium Os Homens que não Amavam as Mulheres”), extrai uma interpretação emocionalmente rica em vários aspectos: a atriz confere a esse longa uma carga dramática bem equilibrada conseguindo fazer uma ligação emocional forte com Farrel (seus personagens são sobrecarregados de emoções ocultas e planos sinistros). Mesclando com competência as catástrofes pessoais de cada personagem em uma única trama, Oplev demonstra capacidade em conduzir momentos que requerem dramaticidade. Além de tudo, exibe habilidade narrativa com a câmera ao condicionar cenas de ação projetada em uma história de propósito mais dramático. O elenco de apoio ajuda muito para que o desenvolvimento cresça de maneira envolvente, onde o ator Dominic Cooper se mostra uma escolha acertada a espera de um grande projeto que aproveite seu talento. Mas um dos grandes acertos de "Sem Perdão", certamente é o roteiro de J. H. Wyman que desenvolve bons momentos e uma trama consistente que prende a atenção. Sobretudo, a trilha sonora de Jacob Groth acentua com genialidade o progresso da produção em cada cena. "Sem Perdão" é um longa fascinante, com excelentes atuações, boas cenas de ação e uma história de renascimento em meio ao sombrio terreno da vingança que desperta carisma no espectador. 

Nota:  8/10

2 comentários:

  1. Amei a música no final deste filme!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Particularmente aprecio a que tocou durante o primeiro tiroteio com os jamaicanos: diferente e que deu uma sonoridade que combinou com a cena. Show!

      abraço

      Excluir