quinta-feira, 4 de julho de 2013

Crítica: Choke - No Sufoco | Um Filme de Clark Gregg (2008)


Victor Mancini (Sam Rockell) é um trapaceiro, viciado em sexo e de personalidade expressivamente perturbada. Trabalha como ator em um parque temático, tem amigos tão excêntricos quanto ele, e uma família que lhe confere mais problemas do que soluções. Nunca conheceu seu pai, e sua mãe (Angelica Huston) está internada em uma clínica com Mal de Alzheimer. A intenção de visita-la constantemente é para ajudar, mas tem rendido mais aborrecimento do que resultado. Nesta mesma clínica, ele conhece uma médica, Paige  Marshall (Kelly MacDonald) a qual desenvolve uma espécie de relação afetiva estranha e que pode mudar a vida deles e rumo das coisas. Adaptado do romance de Chuck Palahniuk, "Choke - No Sufoco" (Choke, 2008) foi transposto para o cinema por Clark Gregg (mais conhecido como o Agente Phil Coulson do Blockbuster Os Vingadores) que tenta de ser modo, cativar o mesmo espectador que cultuou outro filme baseado na obra do escritor, o "Clube da Luta" (1999) - inclusive há vários elementos narrativos semelhantes em sua composição. Mas por mais interessante que possa ser essa produção, "Choke - No Sufoco" não tem o carisma e apelo (para não dizer a direção visionária de David Fincher) que fez de "Clube da Luta" uma produção icônica para cinéfilos do mundo inteiro, e por isso, acaba por perder um pouco do impacto dos diálogos, do humor irônico e das situações bizarras que são marcas registradas do autor. O lado subversivo continua presente, com personagens que andam a margem da sociedade, envoltos em situações incomuns, mas com um efeito menos instigante no conjunto.

Mas uma coisa é certa: como o ator Brad Pitt estava para Tyler Durden em "Clube da Luta", o ator Sam Rockell está para Victor Mancini - o ator confere todo o humor e a dramaticidade necessária para compor um personagem sensacional que cresce na trama de modo formidável. Seu par romântico não fica por menos, onde a atriz Kelly MacDonald (Onde os Fracos Não Têm Vez, 2007) está a altura, enquanto Angelica Huston transpõe uma mãe com os contornos que essa produção requer: diferente da habitual figura materna que consideramos natural. Porém, o diretor Clark Gregg peca por seguir a fórmula que consagrou o trabalho de Fincher - flashbacks, narrações em off, e ritmo excessivamente ágil, que aqui muito bem poderia ter sido repensado. Comparações são inevitáveis, deixando evidências da falta de originalidade do produto e de seu realizador, apesar de várias outras diferenças encrustadas na fita. Consequentemente o resultado ficou inferior ao seu irmão mais velho, no entanto mais sensível e romântico,  levando o espectador a uma jornada de auto-conhecimento através do mundo de Victor. "Choke - No Sufoco" tem uma coisa em comum com "Clube da Luta", que é imprescindível que seja dito antes que seja tarde: ele não vai agradar a um grande público, como o trabalho de Fincher não fez. Essa produção mexe em um mundo bizarro que causa certa estranheza no espectador comum, e que pode causar  uma insatisfação crônica. Mas isso não desqualifica essa produção, apenas a torna um pouquinho diferente do habitual e mais nada.    

Nota: 7/10

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