segunda-feira, 24 de junho de 2013

Crítica: Busca Implacável 2 | Um Filme de Olivier Megaton (2012)


Menos é mais. Menos ação e mais filme. Se o primeiro episódio de “Busca Implacável” (2008), após uma convencional apresentação dos personagens passa para uma progressão marcada com ação interrupta que acompanha a cruzada de resgate da jovem filha de Liam Neeson pelas vielas de Paris, tem-se aqui, em “Busca Implacável 2” (Taken 2, 2012) uma produção onde acompanhamos uma profusão de tensão superior as cenas de perseguição e tiroteios frenéticos que marcaram o primeiro longa-metragem. Apesar da estética e narrativa serem similares, nesse segundo filme há a surpreendente substituição do previsível foco na busca incessante do caçador, por frases impactantes e tensão climática focada nas consequências do desfecho do filme anterior. Se de um lado perde-se seu maior atrativo, a ação frenética, do outro há um ganho de ritmo diferenciado que mesmo sendo diferente do primeiro filme, o torna ainda assim muito interessante aos olhos e aos sentidos. Em sua trama acompanhamos as consequências da matança aplicada por Bryan Mills (Liam Neeson), ao resgatar Kim (Maggie Grace) sua filha, das garras de traficantes de mulheres Albaneses, na França. Agora em Istambul, Bryan e Lenore (Famke Janssen) são raptados pelo pai de um desses traficantes, com o intuito de fazer justiça em nome dos mortos. Mas ao contrario de seus pais, Kim escapa, e é ela que se obstina a salvar os pais dessa retaliação, naturalmente sob o comando do pai através de um telefone celular escondido, até que ele possa assumir as rédeas da situação e dar finalmente um basta a essa missão de vingança.


Essa produção foge um pouco da repetição, e estabelece um diferencial expressivo em relação ao primeiro filme, podendo agradar apreciadores do gênero (ação) que não estão exclusivamente focados nele. Essa produção, agora conduzida por outro costumeiro colaborador do produtor Luc Besson, o diretor Olivier Megaton (Colombiana, 2011) vem com momentos mais tensos e instigantes, e com menos tiros do que o primeiro. O diretor segue o curso do promissor roteiro, dando oportunidade ao ator Liam Neeson, de equilibrar no mesmo personagem, a dramaticidade e agilidade necessária para criar um herói convincente e marcante na memória do espectador. O filme infelizmente perde pontos pelo destaque necessário dado a atriz Maggie Grace, por suas óbvias limitações, ainda que haja de modo funcional dentro do conjunto. Mas o filme é definitivamente de Neeson, se afirmando como um acerto para produções como essa de adrenalina, encabeçadas por um significativo intérprete, apesar da idade, demonstrando fôlego na película e credibilidade a produção. Através de “Busca Implacável 2”, o produtor Luc Besson entrega ao espectador uma produção tecnicamente impecável, recheada de situações e frases bem colocadas, demonstrando ao seu modo todo o potencial de filmes menores com cara de blockbusters. Com todas as suas limitações, ainda assim demonstra um toque de genialidade encrustada em sua materialização.


Nota: 8/10
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