quarta-feira, 8 de maio de 2013

Crítica: Efeito Borboleta | Um Filme de Eric Bress e J. Mackye Gruber (2004)



Segundo a ciência, Efeito Borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais de um evento profundamente ligadas a Teoria do Caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz, e que segundo a cultura popular em relação à teoria apresentada, prega que o bater das asas de uma borboleta em determinado ponto do mundo pode influenciar o curso natural das coisas em outro ponto do planeta, como talvez provocar um tufão sem uma explícita correlação. Segundo o cinema, “Efeito Borboleta” (The Butterfly Effect, 2004) é uma produção despretensiosa que se aproveita do fundamento cientifico e prol do entretenimento fácil. A grande surpresa é que embora não se apresente relevante à ciência, foi um estrondoso sucesso de bilheteria que inclusive gerou uma conveniente sequência de filmes menos competentes. Na história de “Efeito Borboleta”, acompanhamos Evan (Ashton Kutcher) um estudante com sérios problemas psicológicos atribuídos ao seu passado. Após um grave trauma ele descobre ter a capacidade de voltar no tempo e refazer o futuro segundo suas pretensões. Mas o que parecia ser uma dádiva de Deus acaba se tornando uma maldição, porque a cada mudança benéfica que realiza em seu passado, desencadeia efeitos colaterais em seu presente/futuro piores do que quando estivam intocadas.


O maior mérito dessa produção reside no roteiro que também é de autoria dos diretores. Com uma trama bem construída, de estrutura técnica apurada, a história se constrói de modo imprevisível. As mudanças do passado não dão pistas das consequências que terão no futuro, como também o espectador não é poupado da frieza delas. Com atuações inspiradas e uma condução firme no propósito de criar um longa com fundamentos científicos expressivos, Eric Bress e J. Mackye Gruber apresentam uma obra que alia bem ciência e cinema no mesmo pacote, e ganha pontos por desenvolverem uma ilusão delicada de sucesso a espera de um inevitável desmoronamento. A ideia de que podemos voltar no tempo para mudar o passado a nosso favor, é o combustível que motiva nosso protagonista, e a essência de todo enredo. Só que, o ato da mudança demonstra ser o passo mais fácil do problema, justo que é quase impossível prever suas consequências. “Efeito Borboleta” é um destes projetos cinematográficos que de certo modo não apresentam nenhuma novidade, ou algo extraordinário até mesmo em sua premissa. Porém além de divertir (como deve ser) não deixa de ser notável o quanto é imprevisível o sucesso em Hollywood.

Nota: 7/10

2 comentários:

  1. É uma trama bem amarrada que prende a atenção do espectador.

    Diversão despretensiosa de qualidade.

    Abraço

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