quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Crítica: Thor | Um Filme de Kenneth Branagh (2011)



Um cineasta famoso por transpor as clássicas obras literárias de Shakespeare para as telonas foi incumbido de uma tarefa bem diferente da qual estava habituado a realizar. Quando apresentou ao mundo sua visão sobre a trajetória do filho de Odin, príncipe de Asgard através do filme "Thor" (Thor, 2011), que narra toda a história do heroico personagem dos quadrinhos da Marvel de maneira compacta, direta e acima de tudo, muito divertida, seguiu a linha narrativa formulada pelo estúdio da Marvel que consagrou outro personagem chamado Capitão América. Tanto um quanto o outro, foram adaptados para a telona como forma de preparação para uma tarefa mais ambiciosa que resultou no longa-metragem “Os Vingadores, 2012”. Com a história que nos familiariza com a juventude de Thor (Chris Hemsworth), suas amizades, sua relação com sua família e principalmente, com seu pai Odin (Anthony Hopkins) e seu irmão Loki (Tom Hiddleston), nos é apresentado toda glória e onipotência do reinado de Asgard. E sob o brilhantismo desse mundo fantástico no qual Thor reside, ele decide contrariar o desejo de seu pai revidando um ataque feito pelos Gigantes de Gelo oriundos de um distante planeta chamado Jotunheim. Pela insubordinação é exilado no planeta terra por seu pai como forma de punição pela quebra da trégua entre os povos que no passado travaram grandes batalhas. Agora Thor sem poderes, em solo terráqueo, sofre o castigo ditado por seu pai pela arrogância que tem demostrado ao lidar com o poder do “Martelo”. Na terra conhece uma jovem astrofísica chamada Jane Foster (Natalie Portman) que o ajuda a reconquistar seu poder e salvar seu planeta natal das circunstâncias inesperadas que o afligem.

A trama segue uma linha narrativa onde acompanhamos a trajetória de Thor na terra em paralelo com o golpe arquitetado para destronar Odin em Asgard. Enquanto observamos o processo de adaptação de Thor com a civilização terrena, começamos a entender o plano maquiavélico de seu irmão para garantir a sucessão do trono, que por direito era destinado a Thor. Entre os dramas que a família real vivencia, e as circunstâncias extraordinárias as quais a jovem Jane é exposta, toda trama flui de forma natural e coerente. O acaso de seus destinos se cruzarem reformula os conceitos do personagem título, influenciando sua personalidade e comportamento. De uma postura arrogante, grosseira e imatura, aos poucos o Deus do Trovão ganha contornos de guerreiro solidário que lhe consolidam como um herói digno de empunhar Martelo (símbolo do poder que lhe é conferido). A privação do poder lhe conferiu graça maior. Trata-se de um filme erguido através de inúmeros efeitos visuais. Asgard propriamente é desenvolvida totalmente em computação gráfica lhe conferindo contornos belíssimos e de acabamento visual bem apurado. Enquanto o planeta Jotunheim ganha uma estrutura visual sinistra e desoladora salientando as evidentes diferenças. As paisagens são visualmente criativas e bem delineadas com enquadramentos e ângulos abertos muito bem explorados.

E como se trata de um filme de heróis em quadrinhos, não podia faltar humor para acentuar a trama que muitas vezes extrapola na dramaticidade que gira em volta dos personagens a tornando desnecessariamente pesada. Independente da narrativa adotada, seu foco principal é o entretenimento. E a interação de Thor com a civilização humana arranca boas passagens cômicas que dão a leveza necessária à trama marcada por traição e discórdia. Convencer Jane de que ele veio de outro planeta não é uma tarefa das mais fáceis do mundo, considerando a perspectiva. E o clima romântico que rola entre os protagonistas é mais do que necessário para justificar a existência da personagem de Natalie Portman dentro do enredo. Por mais que haja inúmeros defeitos no conjunto, porque essas produções Hollywoodianas eventualmente causam consequentemente uma sensação de insatisfação crônica, “Thor” agrada e diverte na medida. Criado como uma necessária apresentação do personagem ao grande público, o resultado se apresenta satisfatório de forma atenuada. Não supera a invencibilidade carismática de “O Homem de Ferro” interpretado por Robert Downey Jr., mas não faz feio frente a outro vingador chamado Capitão América.

Nota: 7/10

2 comentários:

  1. o melhor filme, a seguir a iron man, de preparação para os vingadores. todos os apreciadores da personagem o devem ver.

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