quarta-feira, 24 de abril de 2019

Crítica: Bravura Indômita | Um Filme de Joel e Ethan Coen (2010)


Depois que um bandido chamado Tom Chaney (Josh Brolin) assassinou o pai da jovem Matie Ross (Hailee Steinfeld), uma menina de apenas 14 anos que sempre está de mal-humor. Além de assassinar seu pai, Chaney também havia roubado os cavalos e alguns pertences de sua família. Assim ela contrata Rooster Cogburn (Jeff Bridges) um caçador de recompensas que na maior parte de seu tempo está sempre bêbado, mas que aceita o trabalho de levar justiça ao ladrão e assassino. Porém esse serviço somente seria realizado, caso Matie participasse da busca. Mas essa inusitada dupla não está sozinha nessa caçada. Um Texas Ranger, chamado LaBoeuf (Matt Damon) se junta a essa inusitada dupla de justiceiros e partem em direção a um território hostil do Velho Oeste para capturar e levar Tom Chaney a justiça para responder por seus crimes. “Bravura Indômita” (True Grit, 2010) é uma refilmagem de um longa-metragem de faroeste escrito e dirigido por Joel e Ethan Coen. Baseado em um western de 1969 estrelado por John Wayne, esse remake pouco lembra sua inspiração cinematográfica. Adaptado do romance de Charles Portis, os irmãos Coen fazem de um filme originalmente interessante, algo impecável e surpreendente que ao contrário do original consegue saciar o apetite voraz de seus espectadores por atuações fascinantes e emoções inéditas.

Recheado de inúmeras indicações a prêmios em renomados festivais de cinema (o filme teve 10 indicações na Cerimônia do Oscar 2011), “Bravura Indômita” alcança um alto nível de excelência em sua realização e uma consequente aceitação de público e crítica. Quando há alguns anos antes os irmãos Coen lançaram “Onde os Fracos Não Tem Vez”, em 2007, uma espécie de faroeste moderno dado por sua manipulada atmosfera, os cineastas apresentaram um breve ensaio do gênero. Em “Bravura Indômita” os cineastas entregam um trabalho imensamente completo, igualmente dramático e bastante seguro de seu propósito. O roteiro explora bem as nuances de cada personagem, onde todos conseguem entregar desempenhos bastante convincentes e atuações que prendem a atenção. O destaque fica para a jovem Hailee Steinfeld, que ganha o espectador desde a sua primeira “negociação”. Sobretudo, Josh Brolin e Jeff Bridges que são atores que parecem que nasceram para interpretar filmes de faroeste, dispensam comentários que justifiquem suas presenças, tamanha a credibilidade que conferem a seus personagens. Ambos são pontos altos nessa produção, como a direção dos irmãos Coen, que distribuem genialmente doses de humor negro ao longo de sua duração e momentos notáveis presentes nos poucos tiroteios. Porém trata-se de um filme verbalizado, brilhante nas linhas do roteiro e nos excelentes diálogos. 

Bravura Indômita” dispensa comparações com a obra de 1969, pois tem o seu brilho próprio. Embora a comum declaração do lançamento de refilmagens seja normalmente seguida de preocupações e descontentamentos que nem sempre são plausíveis, os irmãos Coen conseguem criar um faroeste tão bom quanto o original, justamente por seguir uma linha bastante original. Uma tentativa bem sucedida de cativar novas audiências para um gênero onde cada vez menos são lançados bons filmes.

Nota:  8/10

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