terça-feira, 17 de abril de 2018

Crítica: Lady Macbeth | Um Filme de William Oldroyd (2016)


Inglaterra, 1865. Katherine (Florence Pugh) é uma jovem de poucas posses que é comprada por um rico dono de terras para servir como esposa para seu sombrio filho, Alexander (Paul Hilton), um homem mais velho e violento. Em meio a um vazio existencial e as dificuldades de tolerar um casamento sem amor, a jovem cede às investidas de um jovem empregado da propriedade. Desse ponto em diante, Katherine deixa para trás sua história de vítima de sua condição e abraça suas aspirações de desejo e ambição que aflora sua inclinação natural para maldade. “Lady Macbeth” (Lady Macbeth, 2016) é um drama de época britânico escrito por Alice Birch e dirigido por William Oldroyd. História livremente inspirada no romance de “Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk”, de Nikolai Leskov, o enredo de sua adaptação cinematográfica é preservado e que muito lembra as peças shakespearianas escritas pelo dramaturgo inglês que eram marcadas de tragédia e conflitos. Embora o filme tenha estreado no Festival Internacional de Cinema de Toronto, onde agradou a critica e uma gama significativa de público, ele também é capaz de desagradar na mesma proporção a quem espera uma história de virada e justiça.

Lady Macbeth” não tem heróis ou quase vítimas que causem lamento. Praticamente ninguém de destaque presta no filme. E essa peculiaridade pode ser o calcanhar de Aquiles desse drama. De ritmo lento, interpretações sóbrias e enquadramentos quase que teatrais, o diretor William Oldroyd põe toda sua experiência adquirida nos palcos nessa empreitada que nos apresenta um enredo repleto de personagens de pouca índole e incapazes de causar empatia no espectador. E essa deficiência é gritantemente notada pelo público, o que causa uma sensação de desconcerto no espectador. Mesmo que a reconstituição de época seja de um primor presente nos menores detalhes, as interpretações de todo o elenco sejam dignas de aplausos e a atmosfera pesada que reina em sua narrativa esteja brilhantemente construída, “Lady Macbeth” causa uma ligeira revolta por sua condescendência com a impunidade. Embora um resultado diferente talvez não causasse o mesmo efeito ou atrapalhasse a força da história, a energia negativa que deixa é capaz de se mostrar incômoda. Por isso, “Lady Macbeth” é um daqueles dramas de grande competência e bem focados em seu propósito e que você ama ou odeia. Eu particularmente fico com a segunda opção.

Nota:  5,5/10

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