As vésperas do início da faculdade, oito jovens que passaram juntos um bom tempo do ensino médio, se reúnem a beira de uma praia californiana para curtir o último dia de verão. Entre brincadeiras descompromissadas, cervejas, reflexões profundas e muito bate-papo, o dia seguinte é esperado com muitas incertezas por esse pequeno grupo de jovens que estão prestes a virar uma página muito importante de suas vidas. “O Último Verão” (Summer of 8, 2016) é um drama juvenil estadunidense escrito e dirigido por Ryan Schwartz. Sua estreia na direção de um longa-metragem, o filme é estrelado por Carter Jenkins, Michael Grant, Matt Shively, Nick Marini, Shelley Henning, Bailey Noble, Rachel DiPillo e Natalie Hall. Ingênuo, nostálgico e vazio de autenticidade, o trabalho de estreia de Schwartz desperdiça um elenco de algum potencial devido a seu roteiro desconectado com a realidade contemporânea da juventude. Embora o cinema indie tenha certas iniciativas cinematográficas que devem de algum modo ser estudadas com mais cuidado antes de receber uma definição, esse certamente não é caso dessa produção que não diz ao veio e para onde queria ir.
É curioso ver que “O Último Verão” se utiliza de oito jovens para retratar um único personagem. Todos são muito parecidos, pois são bonitos, relativamente educados e não apresentam problemas reais em suas trajetórias de vida, o que não os permite de forma alguma representar a juventude de hoje. Embora as atuações sejam válidas e se mostrem de várias formas atraentes ao que o roteiro de Schwartz se propõe a discutir, o enredo se mostra uma perda de tempo. As divagações isoladas de um, e as discussões conjuntas de todos conferem ao espectador um mero passa tempo de pouca sabedoria e de resultado pouco usual. De certo modo, toda a história é marcada de alguma artificialidade e muito romanceada para dar espaço a certos dilemas insolúveis que não representam os questionamentos de uma juventude realista. Somente o fato dos oito jovens estarem as vésperas do primeiro dia da faculdade já é de causar estranheza. Quanto mais ainda, quando quase todos estão com as mesmas dúvidas assombrando suas mentes. Em contrapartida, o estranho é que os diálogos fluem com naturalidade pela tela, isso pelas qualidades do elenco ou pela atmosfera suave da produção. É inegável que o filme é bem capturado pela câmera, que na montagem articula todas as ações de forma a não se perder nada. A direção de fotografia, que confere contornos belíssimos ao litoral em que se passa todo o enredo é outro acerto dessa produção.
Porém, “O Último Verão” se mostra uma ligeira farsa, pois complica os momentos corriqueiros da vida e não impõe uma tensão autentica a seus personagens. Mesmo com toda a química que rola entre o grupo, conferindo credibilidade a essa amizade de longa data que representam ter, o roteiro usa esse famigerado dia de sol e areia equivocadamente. Isso porque, ao invés de apresentar o início de uma importante jornada de descobertas, sem deixar o espectador entediado com as revelações, o roteiro tenta sem sucesso valorizá-las ao máximo. Uma ingenuidade achar que uma trama tão projetada e agridoce quanto essa poderia agradar uma parcela significativa de público.
Nota: 5/10
Este tipo de história sobre o final de um ciclo já rendeu vários bons filmes.
ResponderExcluirEste eu não conhecia, mas pelo seu texto e o elenco desconhecido que parece ter saído de um comercial de tv, vou deixar passar.
Abraço
O elenco é até bom, mas o resto...
Excluirabraço
achei legal
ResponderExcluirEu achei um filme de pouca força. Poderia render mais com uma abordagem mais audaciosa.
Excluirabraço