sexta-feira, 8 de março de 2019

Crítica: Máquinas Mortais | Um Filme de Christian Rivers (2018)


Em um mundo pós-apocalíptico resultante de um evento cataclísmico conhecido como a Guerra dos Sessenta Minutos, fez com que os sobreviventes permanecessem em cidades que andam sobre rodas e consomem umas as outras para sobreviver. Nesse perigoso mundo dominado pelas fortes potências, Hester Shaw (Hera Hilmar) uma órfã com sede de vingança pelo assassinato de sua mãe e Tom (Robert Sheehan), um ingênuo morador de Londres tentam escapar das garras de Thaddeus Valentine (Hugo Weaving), um ambicioso líder de Londres que tem coletado resquícios do velho mundo tem planejado nas sombras uma conspiração que pode mudar o domínio do poder sobre os povos restantes. “Máquinas Mortais” (Mortal Engines, 2018) é uma produção de aventura e fantasia escrita por Fran Walsh, Philippa Boyens e Peter Jackson, com base no romance de mesmo nome escrito por Philip Reeve. Dirigido por Christian Rivers, seu épico fantástico de proporções inimagináveis não demonstra a mesma força das máquinas nele retratadas. Brilhantemente produzido por Peter Jackson (uma espécie de chamariz para o espectador), o filme vem desprovido de uma série de necessidades vitais para emplacar no gosto do público em geral e poder ganhar uma expectativa de continuidade.

A construção desse mundo pós-apocalíptico no melhor estilo steampunk que impera em “Máquinas Mortais” é impecável (as cidades móveis, as naves e muitas outras soluções criadas pela direção de arte são geniais). Esse longa-metragem de um pouco mais de duas horas de duração tem os caprichos e as dimensões apropriadas de um produto ideal para ser conferido numa sala de cinema, mas ao mesmo tempo está desprovido de uma história que consiga valorizar todo esse apuro visual. Se por um lado os conceitos presentes na premissa e até em seu enredo são interessantes, por outro lado são desenvolvidos de modo acomodado (são inúmeros clichês presentes ao longo de todo filme). Os efeitos visuais aliados a algumas boas ideias que garantem movimentação ao elenco proporcionam umas cenas de aventura energizadas, mas também raras considerando o tempo de duração do filme. Para piorar, a dupla de protagonistas dada pela presença de Hera Hilmar e Robert Sheehan não possuem química nenhuma; Hera Hilmar está repleta de questões do passado mal resolvidas que não despertam interesse ou comoção; previsivelmente Hugo Weaving faz o papel de vilão; e personagens secundários estão prolixos ou mal concebidos dentro da trama maior. Por isso, o grande espetáculo que “Máquinas Mortais” reserva para o espectador é restritamente visual, apresentado por sequências de ação grandiosas e frenéticas.

Para quem espera um filme de aventura com um desenvolvimento com a mesma originalidade que o seu conceito sugere, pode se decepcionar. De certa forma, o filme tem o seu valor, mas qualquer menção ao resultado que lhe confira uma valorização superior a um "bom filme" é inegavelmente exagerada e inexplicável sendo que apenas garante boas cenas de ação, muita correria e mais nada. Algo que refletiu em sua baixa arrecadação de bilheteria, muito inferior ao astronômico orçamento de 150 milhões. 

Nota:  6/10

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