terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Crítica: Fim dos Tempos | Um Filme de M. Night Shyamalan (2008)


Elliot Moore (Mark Wahlberg) é um professor de ciências da Filadélfia, que como outras pessoas passam a testemunhar pelo país um crescente número de suicídios. Sem explicação as pessoas simplesmente se matam das formas mais bizarras possíveis. Convencido da causa desse fenômeno, Elliot e sua esposa Alma (Zooey Deschanel) com outros mais, fogem através da Pensilvânia para escapar da epidemia causadora da perda do senso de autopreservação natural do ser vivo. "Fim dos Tempos" (The Happening, 2008) não merece tanta atenção dos espectadores quanto os primeiros trabalhos do cineasta indiano M. Night Shyamalan. O longa "O Sexto Sentido" (1999) sempre será lembrado como sua maior conquista. Contudo, "Fim dos Tempos" se mostra muito mais interessante do que os trabalhos mais recentes do cineasta, que vem nos últimos anos enfileirando trabalhos decepcionantes. Mas o problema desse longa, que tinha tudo para dar certo pelo menos de modo mais razoável (já que superar seus primeiros trabalhos tem sido uma tarefa quase impossível), o cineasta desperdiça a premissa batida que sempre está em alta no cinema com um desenvolvimento desinteressante.

Se em seus melhores trabalhos o alcance global que suas tramas sempre alcançavam o cineasta conseguia reduzi-lo a um microcosmo materializado num ambiente familiar envolvente, aqui Shyamalan falha na construção desse ambiente e principalmente dos personagens. O elenco se mostra atento a direção do cineasta, mas prejudicado pela falta de foco do diretor. Além do mais, o rumo tomado pela trama inspirada em uma teoria pouco conhecida de Einstein, que não mantem um desenvolvimento com padrão de qualidade narrativa a altura da pretensão dessa produção, o cineasta veio a minar seu efeito sobre o espectador. Apesar de equilibrar com habilidade momentos tensos com cenas sugestivamente fortes, o filme perde um pouco da estrutura envolvente da temática de um futuro apocalíptico gerado por uma toxina lançada aos quatro ventos pelas plantas como forma de retaliação ao ser humano por sua irresponsabilidade com o meio ambiente, o argumento ecológico falha pela simplificação de todo resto (o roteiro também é de responsabilidade de Shyamalan). Shyamalan subestima a capacidade de interpretação do espectador (acostumado com um desenvolvimento estudado no estilo Hitchcockiano de ser). Apresenta soluções práticas para sua trama bem exemplificadas em seu desfecho irritantemente ajustado que não condizia com sua filmografia anterior.      

Entre aspectos positivos e negativos, "Fim dos Tempos" está longe de ser memorável. Entretém com pouca funcionalidade por entregar ao espectador menos do se poderia esperar de seu realizador. Suspense, sustos e o típico simbolismo que marca seu trabalho está presente nessa produção, mas não de forma tão interessante quanto poderia realmente ser.

Nota:  5/10

4 comentários:

  1. Também não gostei muito desse filme... achei um pouco forçado.

    http://toligado1.blogspot.com

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  2. Bota forçado nisso.... eu esperava bem mais. Hoje particularmente não espero mais nada de M. Night Shyamalan após assistir aos trabalhos mais recentes dele. Com certeza irei ver, mas com menos expectativas do que antigamente me era de costume.

    abraço

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  3. Confesso que foi o último filme de Shyamalan que vi, péssimo por sinal! Acho que O Sexto Sentido e Sinais muito dificilmente ele superará....

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    1. Se antes só assistia quando chegava nas videos locadoras, agora só vou assistir quando passar na televisão (e em canal aberto).

      abrço

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