quarta-feira, 10 de abril de 2019

Crítica: O Homem que Mudou o Jogo | Um Filme de Bennet Miller (2011)


Billy Beane (Brad Pitt) é gerente de um time de beisebol da segunda divisão que está distante de ser o melhor dos melhores. Mas quando passou a adotar regras fundadas em diversos conhecimentos estatísticos criados por Peter Brand (Johah Hill) para o esporte, sobretudo no time que gerenciava que era o Oakland Athletics, Billy revolucionou a forma de como se contrata jogadores.  Sujeito a um baixo valor de caixa para contratar jogadores de destaque do campeonato, passou a seguir analises estatísticas e começou a comprar o passe de jogadores desacreditados, mas promissores que aliavam custo/benefício e possibilitava a criação de um time vencedor. Mesmo com toda a pressão da mídia, os obstáculos pessoais dos atletas, o jogo de intrigas dos bastidores do esporte, Billy conseguisse escrever o seu nome na história do esporte revolucionando a maneira como se contrata atletas. “O Homem que Mudou o Jogo” (Moneyball, 2011) é uma produção dramática escrita por Steven Zaillian e Aaron Sorkin, inspirado na história real retratada no livro Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game de Michael Lewis. Dirigida por Bennet Miller, o filme estreou no Festival de Cinema Internacional de Toronto e foi bem recebido pela crítica especializada e pelo público.

Em “O Homem que Mudou o Jogo”, acompanhamos a ciência por trás do desafio de se vencer um campeonato com pouco dinheiro. Porém, uma ciência em sua fase experimental, de natureza duvidosa e inédita dentro desse nicho esportivo que é o beisebol. Sua proposta era que regras de seleção e contratação de jogadores fossem restabelecidas, possibilitando com que clubes desprovidos de grandes verbas financeiras fizessem contratações mais competitivas. Mesmo que essa reformulação proposta por Billy Beane não tenha levado o Oakland Athletics ao título, posteriormente sua fórmula de sucesso consagrou outros clubes que a adotaram. Embora o filme tenha sua trama dentro do universo esportivo do beisebol, “O Homem que Mudou o Jogo” tem a sua narrativa mais focada nos personagens do que propriamente no jogo em si. Principalmente no desafio de Billy Beane de colocar em prática suas teorias e superar as dificuldades de sucessivos fracassos; a de Peter Brand, um nerd que elaborava os dados que levava Billy a fazer as possíveis contratações; e o sempre opositor as ideias de Billy, o teimoso técnico Art Howe, interpretado por Philip Seymour Hoffman. O filme dá um destaque maior aos variados desempenhos e menor ao jogo, onde se prende mais a resultados e pequenas passagens que denotam o tom do enredo. Repleto de interpretações competentes, com um honrado destaque para Johah Hill, o filme acerta na atmosfera do produto, na construção do enredo e na atmosfera do meio de modo impressionantemente crível e ao mesmo tempo em que atende as necessidades da narrativa.

O Homem que Mudou o Jogo” é uma fascinante jornada ao mundo do beisebol norte-americano, que entrega um turbilhão de emoções que rondam os bastidores do esporte, a cabeça dos atletas e assolam a mente dos envolvidos com sentimentos mais do que tempestuosos. O diretor Bennet Miller acerta em cheio ao retratar de modo tradicional essa história, adicionando somente a carga dramática necessária à trama e o humor na medida certa para que o jogo que essa produção propõe flua através da tela. Por fim, o campo de batalha dos bastidores se mostrou tão fascinante quanto os confrontos sobre o gramado.

Nota:  7,5/10

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