terça-feira, 28 de maio de 2019

Resenha: Batman Ninja | Uma Animação de Junpei Mizusaki (2018)


No propósito de impedir que o Gorila Grodd ponha seus experimentos de viagem no tempo em funcionamento, tanto Batman como os seus aliados e os mais perigosos criminosos de Gotham são lançados acidentalmente em uma viagem no tempo para o passado. O destino ficou sendo estranhamente o período do Japão Feudal. Os vilões veem nesse acidente uma oportunidade de conquista de poder e assumem o papel de senhores feudais que governam um Japão dividido por estados.  Batman surge dois anos após a chegada dos seus inimigos e é caçado no Japão feito um criminoso. À medida que suas armas e a tecnologia de Batman se esgotam, o Cavaleiro das Trevas precisa confiar apenas em sua inteligência e na ajuda de seus aliados para restaurar a ordem vigente e corrigir a interferência de seus inimigos na história da nação. “Batman Ninja” (Batman Ninja, 2018) é uma animação japonesa escrita por Kazuki Nakashima, Leo Chu e Eric Garcia, e dirigida por Junpei Mizusaki. Baseada nos personagens da DC Comics e produzido pela Warner Bros., o filme tem a animação realizada por Takashi Okazaki, o mesmo artista responsável pela criação do mangá independente “Afro Samurai”, que virou uma animação em 2007 pelas mãos de Fuminori Kizaki e Jamie Simone e ainda teve uma sequência em 2009. Configurando o conhecido universo do Batman aos moldes dos famosos animes japoneses, Junpei Mizusaki entrega uma animação ágil, visualmente criativa e bastante movimentada, mas de enredo pobre e perceptivelmente infantil.

Batman Ninja” reúne, mistura e sacode todos os personagens conhecidos do arco de Batman (aliados e arqui-inimigos) em um único enredo. Nem o Alfred escapou. O resultado? Não podia ser pior. Todas as qualidades impressionantes adotadas no visual da animação são desperdiças em uma trama rocambolesca, repleta de reviravoltas que não impressionam e diálogos que vão de mal escritos a excessivamente infantis. As soluções que mesclam os atraentes aspectos que são comuns de animes japoneses (robôs gigantes, duelos estilizados e passagens de tom utópico a cada minuto), com o universo do personagem da DC em certos aspectos demonstra o quão era uma boa ideia essa realização. Algumas passagens são como verdadeiras pinturas que beiram a uma obra de arte. O duelo final mesmo é espantoso, tamanha a competência das imagens, ainda que tenha bebido da mesma fonte que Christopher Nolan saciou os fãs em “O Cavaleiro das Trevas” de modo escancarado. Só que o ritmo ágil transparece em vários momentos uma necessidade e não um artifício. Embora a animação tenha em seu enredo algumas boas ideias (principalmente em volta do personagem do Coringa), elas são mal articuladas na trama, demonstrando que o filme tem uma gordura de personagens e coisas familiares que às vezes parece impossível de ser queimada antes da subida dos créditos finais. “Batman Ninja” tem uma proposta interessante em seu material, mas mal desenvolvida no roteiro. Embora sua proposta de lançar o personagem dentro do universo particular dos ninjas no formato de animação não tenha obtido grande sucesso, também seria impossível adequar sua proposta em uma versão live-action sem causar estranheza aos fãs que tem acompanhado há anos sua trajetória na telona.

Por isso não se engane. Mesmo que você conheça todas as histórias ligadas ao personagem e ainda não conhecia está, entenda que “Batman Ninja” é um luxo e não uma necessidade. O filme ficou devendo uma história mais sólida e menos infantil. Para um público mais jovem pode até agradar, mas a quem não se contenta com soluções absurdas vai se aborrecer um pouco. Há uma regra que rege as leis naturais do universo onde tão importante quanta a quantidade do que você vê, é imprescindível a qualidade. Se por um lado seus olhos podem se agradar com que vê, pelo outro seus sentidos podem afetar seu julgamento quanto ao resultado.

Nota:  5/10

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