sábado, 19 de janeiro de 2019

Crítica: 22 Milhas | Um Filme de Peter Berg (2018)


James Silva (Mark Wahlberg) é um oficial da inteligência americana de um grupo de elite especial da CIA e comandante de uma força-tarefa secreta. Tanto ele quanto seus subordinados são os melhores no fazem. Mas na busca pelo paradeiro de uma remessa de material radioativo roubado, um misterioso informante indonésio chamado Li Noor (Iko Uwais) afirma poder revelar onde está o desaparecido carregamento desde que ganhe áxilo nos Estados Unidos. Altamente visado por seu governo corrupto, enviar Li Noor para os Estados Unidos é tão urgente quanto vital para os interesses do governo americano. Assim numa perigosa ação para leva-lo por 22 milhas até uma pista de voo, James Silva e toda a sua equipe será colocada à prova para executar esta perigosa missão. “22 Milhas” (Mile 22, 2018) é uma produção estadunidense de ação e espionagem escrita por Lea Carpenter, a partir de uma história de Lea Carpenter e Graham Roland. Dirigida por Peter Berg, essa é a quarta produção de colaboração entre Berg e Wahlberg, nos quais já trabalharam juntos em “O Grande Herói”, de 2013; “Horizonte Profundo – Desastre no Golfo” e “O Dia do Atentado”, em 2016. Entre bons e maus filmes que os dois fizeram juntos, “22 Milhas” excepcionalmente encontra-se na segunda categoria.

As primeiras cenas de “22 Milhas” impressionam por sua elaboração técnica, ritmo metódico e atmosfera de controle absoluto sobre os acontecimentos. O filme consegue em poucos minutos apresentar ao espectador o ponto inicial da trama de forma habilidosa, os personagens e toda a excelência do cinema de elaboração característico do formato norte-americano. Mas todo o cuidado dedicado a essa etapa que antecipa o verdadeiro foco do desenvolvimento do enredo principal se vai, quando o ritmo se acelera demais ao ponto de ficar confuso, a ação bagunçada e percebe-se que os personagens carecem de mais atenção ou apenas alguns retoques (o arco da trama em volta da maternidade de Lauren Cohan parece um pouco desconexo). O filme também tem uma espécie de pegada narrativa agitada que ao invés de causar fascínio, desencadeia cansaço no espectador. Outra coisa são os personagens que compõem o grupo de elite que não geram a empatia desejada do público. O ator Iko Uwais, astro de “Operação Invasão”, de 2011 e que foi descoberto pelo cineasta Gareth Evans, consegue apresentar um personagem interessante, onde desde o primeiro minuto demonstrava ter mais potencial do que revelava. Essa impressão obviamente se cumpriu de acordo como se suspeitava e se não fosse o declínio do conjunto, daria para afirmar que foi uma ótima incursão no cinema estadunidense pra ele. Embora sua figura fosse a princípio secundária na trama, curiosamente nota-se que seu desempenho supera a presença de destaque no elenco e o carisma natural de Mark Wahlberg. Pudera, pois o personagem de Wahlberg acaba demonstrando mais falhas do que acertos e acaba se distanciando do público (o elástico no pulso mais irrita do que molda sua personalidade). A ação frenética é outro ponto falho, pois ganha proporções e um ritmo que transparece caos e descontrole por parte da direção.

Por essas razões e muitas outras, que “22 Milhas” não convence, não empolga e não chega nem perto de impressionar. O roteiro é bem intencionado ao apresentar um desfecho atípico, mas mal acomodado dentro do filme (os monólogos de Wahlberg numa linha de tempo paralela podem ser vistas como freios ou arreios para as caóticas cenas de ação as quais os personagens estão sendo submetidos). Desenvolvido com a aparência de uma possível franquia de espionagem, provavelmente a ideia nunca irá sair do papel devido a pouca receptividade que a produção obteve pela crítica especializada e pelo faturamento ínfimo que conseguiu nas bilheterias.

Nota:  5/10

2 comentários:

  1. O trabalho do diretor Peter Berg aqui é uma cópia piorada de Michael Bay.

    A trama sem um final fechado é outro erro.

    Por outro lado, as cenas de ação são bem interessantes, muito por conta do ótimo Iko Uwais. Ele tem tudo para se tornar um grande astro de ação.

    Abraço

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    1. O ator Iko Uwais será um nome para ser acompanhado de perto nos próximos anos. Fico curioso pelos seus projetos futuros dentro do cinema americano.

      abraço

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